PARIS, 10 NOV (ANSA) – O Tribunal de Apelações de Paris concedeu nesta segunda-feira (10) liberdade provisória, sob medidas cautelares, ao ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, que estava preso desde 21 de outubro na penitenciária de La Santé.
Com a decisão, o ex-mandatário ? condenado a cinco anos de prisão em regime fechado ? deverá deixar a penitenciária nas próximas horas, após cumprir menos de três semanas de reclusão.
O tribunal acatou o recurso apresentado pela defesa de Sarkozy, que solicitava a conversão da pena para o regime aberto. A libertação, já esperada, foi decidida durante audiência que contou com a presença de sua esposa, a cantora e ex-modelo italiana Carla Bruni.
Durante a sessão, em participação por videoconferência, Sarkozy descreveu o período de detenção como “um pesadelo”: “Nunca imaginei descobrir a prisão aos 70 anos. Essa provação que me foi imposta é muito dura, como para qualquer detento, e até extenuante.” O ex-presidente também agradeceu aos funcionários da penitenciária, afirmando que eles “tornaram este pesadelo suportável”.
A corte determinou ainda que Sarkozy está proibido de manter contato com o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, que o visitou na prisão em 29 de outubro, um encontro que gerou críticas.
Segundo a decisão, “não há risco de manipulação de provas, pressão ou conluio”, portanto, a manutenção da prisão preventiva “não se justifica”.
Entre as medidas restritivas impostas, está a vigilância judicial, que inclui a proibição de viagens ao exterior ? impedindo o ex-presidente de deixar o território francês.
Aos 70 anos, Sarkozy tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado francês a ser encarcerado, após ser considerado culpado por associação criminosa no caso que investiga o suposto financiamento da Líbia à sua campanha presidencial de 2007, com recursos provenientes do regime do ex-ditador Muammar Kadhafi.
Os fatos sob investigação remontam ao período entre 2005 e 2007, quando Sarkozy ocupava o cargo de ministro do Interior e liderava o extinto partido conservador União por um Movimento Popular (UMP). (ANSA).