ROMA, 24 SET (ANSA) – A Suprema Corte da Espanha aprovou nesta terça-feira (24) a exumação dos restos mortais do ditador Francisco Franco do Vale dos Caídos, luxuoso mausoléu localizado em Madri. A decisão foi revelada pelo jornal espanhol “El País” e põe fim a uma questão que tem colocado o governo socialista do atual primeiro-ministro Pedro Sánchez em oposição à família de Franco.
“Os seis juízes do tribunal decidiram por unanimidade negar em sua totalidade o recurso interposto pelos parentes de Francisco Franco em conexão com a exumação (…) acordada pelo governo”, afirmou a Justiça em um comunicado. A medida não apenas valida a retirada dos restos mortais do Vale dos Caídos, como também autoriza o governo a enterrar Franco no cemitério de El Pardo.
“Hoje conquistamos uma grande vitória para a democracia espanhola. A determinação de reparar o sofrimento das vítimas do franquismo foi o que guiou a ação do governo”, comemorou o premier espanhol em sua conta no Twitter. Os restos mortais já deveriam ter sido exumados desde 10 de junho para serem colocados em um local mais discreto e longe das vítimas da guerra civil espanhola de 1936-1939, mas o Supremo suspendeu a decisão.
A família de Franco chegou a contestar a medida exigindo que o ex-ditador fosse levado para a Catedral de Almudena, no centro da capital espanhola. O governo de Sánchez, porém, defendeu que o corpo de Franco não fosse transferido para qualquer local que pudesse se tornar uma área de peregrinação da extrema-direita para ele ser “enaltecido ou homenageado”. Francisco Franco foi um militar responsável por integrar o golpe de Estado que, em 1936, marcou o começo da Guerra Civil no país europeu. (ANSA)