Justiça culpa 5 pessoas pela morte de opositor russo Nemtsov

MOSCOU, 29 JUN (ANSA) – A Justiça russa considerou culpados os cinco chechenos acusados do assassinato do líder opositor Boris Nemtsov, morto em fevereiro de 2015, informou o Tribunal Militar Distrital de Moscou nesta quinta-feira (29).   

A decisão do júri popular pode levar os cinco à pena de prisão perpétua, já que o veredicto apontou que os acusados “não merecem perdão” pelo assassinato.   

O responsável por disparar o tiro que matou o ex-vice-premier russo, na noite de 27 de fevereiro de 2015, é Zaur Dadaiev, um militar do batalhão “Sever”, considerado uma espécie de “corpo de guarda” do líder checheno Ramzan Kadyrov.   

Os outros quatro acusados são os irmãos Chadid e Anzor Goubachev, Khamzat Bakhaiev e Temirlan Eskerkhanov, que foram considerados culpados de organizar e ajudar na execução do crime.   

No entanto, os familiares e a defesa da família do ex-líder opositor criticaram o resultado do julgamento, que deve ter a sentença anunciada no dia 4 de julho, porque consideram que o “mentor” da ação, Kadyrov, sequer foi imputado no crime.   

De acordo com familiares ouvidos pela agência russa “Tass”, a defesa da família pretende entrar com um pedido de impugnação do veredicto na Corte Europeia de Direitos Humanos, que fica em Estrasburgo.   

Físico de formação, Nemtsov tinha 55 anos quando foi assassinado durante um passeio no centro de Moscou com sua namorada. Ele foi vice-premier no governo de Bóris Iéltsin e era apontado como um herdeiro do histórico presidente.   

No entanto, com a ascensão de Vladimir Putin – que há 17 anos está no poder – tornou-se uma das principais lideranças contrárias ao mandatário. (ANSA)