14/07/2023 - 16:15
O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo condenou o empresário Saul Klein a pagar uma multa de R$ 30 milhões por explorar sexualmente mulheres e adolescentes com promessas falsas de trabalho. Ainda cabe recurso.
Resumo:
- Saul passou a ser investigado por crimes sexuais em 2020;
- A Polícia Civil indiciou o empresário e solicitou a sua prisão, que foi negada pela Justiça;
- Mesmo assim, Ministério Público do Trabalho decidiu entrar com uma ação civil pública contra ele.
+ Polícia indicia Saul Klein por crimes sexuais contra 14 mulheres
+ Justiça nega prisão de Saul Klein, indiciado por crimes sexuais
A decisão do TRT foi uma resposta à ação judicial movida pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), em outubro de 2022. De acordo com o órgão, Saul cooptava adolescentes e jovens entre 16 e 21 anos, que encontravam-se em situação de vulnerabilidade social e econômica, com falsas promessas de trabalho. Porém elas eram submetidas a condição análoga à escravidão.
A decisão da Justiça também aborda que o empresário montou um esquema para satisfazer seus desejos pessoais e, com isso, causou transtornos às vítimas.
A IstoÉ entrou em contato com o TRT para obter mais informações sobre o caso, mas a Corte respondeu que o processo corre em segredo de Justiça.
Relembre o caso
Em setembro de 2020, o empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, passou a ser investigado pelos crimes de organização criminosa, trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, estupro de vulnerável, casa de prostituição e falsificação de documento público.
Ainda no mesmo ano, a Justiça solicitou que Saul entregasse o seu passaporte e foi proibido de entrar em contato com as denunciantes.
No mês de abril de 2022, a Polícia Civil de São Paulo indiciou o empresário por crimes sexuais contra 14 mulheres. Depois, a corporação concluiu o inquérito e solicitou a prisão de Saul, que foi rejeitada pela Justiça com a justificativa de que ainda havia dúvidas a serem esclarecidas.
Por conta disso, a investigação foi retomada e não há previsão de conclusão. Nesse meio tempo, o Ministério Público do Trabalho decidiu entrar com uma ação civil pública contra Saul.