A Justiça chilena condenou nesta segunda-feira (14) a penas que somam 300 anos de prisão – entre elas, cinco penas de prisão perpétua – 12 criminosos que, segundo o Ministério Público, fazem parte da cúpula da quadrilha criminosa Tren de Aragua no Chile, organização de origem venezuelana.
Os condenados foram sentenciados pelos crimes de homicídio, sequestro e tráfico de imigrantes, na segunda condenação mais relevante obtida pelas autoridades chilenas contra essa quadrilha, formada em 2014 no presídio venezuelano de Tocorón.
“Foram decretadas condenações que, na minha opinião, são exemplares (…) eles são a cúpula, os responsáveis pela expansão no território nacional”, detalhou Trinidad Steinert, promotora regional de Tarapacá, cidade situada a cerca de 1.500 km ao norte da capital, Santiago.
Entre os condenados há 11 venezuelanos e um homem que possui uma cédula de identidade colombiana, mas que o Ministério Público acredita que também possa ser venezuelano.
Carlos González, conhecido como “Estrella”, considerado um dos líderes do Tren de Aragua no Chile, foi condenado à prisão perpétua qualificada – que permite solicitar liberdade condicional após 40 anos de reclusão – por crimes como sequestros, associação criminosa e tráfico de migrantes.
Hernán Landaeta, apelidado de “Satanás” e classificado como o principal sicário (assassino de aluguel) da quadrilha no Chile, além de Zeus Velásquez, Juan Carlos Blanco e Daniel Azuaje, receberam penas de prisão perpétua simples, que permite solicitar liberdade condicional após 20 anos de prisão, por crimes semelhantes aos de González.
Os demais integrantes da quadrilha receberam penas que variam entre 2 e 22 anos de prisão.
“Este julgamento oral histórico (…) conseguiu comprovar pelo menos 11 fatos delituosos relacionados ao crime organizado nos quais esses acusados participaram a partir de 2021”, afirmou o Ministério Público em comunicado.
Em março passado, a Justiça chilena condenou 34 membros dessa quadrilha a penas que somaram mais de 560 anos de prisão.
As atividades do Tren de Aragua se expandiram para diversos países do continente, entre eles Colômbia, Chile e Peru, segundo diversos relatórios de inteligência.
Em fevereiro, o governo de Donald Trump designou o Tren de Aragua como uma organização terrorista global e uma ameaça à segurança dos Estados Unidos.
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