A Justiça chilena ordenou, nesta terça-feira (20), a reabertura da investigação para esclarecer as causas da morte do poeta e prêmio Nobel Pablo Neruda, que se acredita que pode ter sido envenenado pela ditadura de Augusto Pinochet em 1973.

“A reabertura do processo é determinada para a realização dos seguintes procedimentos solicitados pelos denunciantes” que “poderão contribuir para o esclarecimento dos fatos”, diz a decisão divulgada pelo Poder Judiciário.

Desta forma, a Corte de Apelações revogou a ordem de encerramento da investigação adotada em dezembro pela juíza titular do caso, Paola Plaza, e ordenou reabrir as investigações com a realização de novas perícias.

A reabertura da investigação foi solicitada por sobrinhos de Neruda, e pelo Partido Comunista, onde o poeta e Prêmio Nobel de Literatura 1971 militou. Neruda faleceu em 23 de setembro de 1973, 12 dias após o golpe de Estado no Chile.

Ele tinha 69 anos e era acometido por um câncer de próstata.

Entre as diligências ordenadas pela Justiça está “uma nova perícia grafotécnica em relação ao certificado de óbito que teria sido estendido pelo Dr. Vargas Salazar”, no qual diz que Neruda morreu em consequência da metástase provocada pelo câncer de próstata que o acometia.

A Corte também ordenou realizar uma “metaperícia que permita revisar e interpretar os resultados das perícias realizadas pelos especialistas das Universidades de McMaster e Copenhague”, que analisaram restos extraídos do corpo exumado do poeta.

Além disso, citam-se novas testemunhas e um especialista no estudo da bactéria “costridium botulinum”, que se acredita ter sido inoculada em Neruda.

A investigação judicial da morte de Neruda começou depois de que, em 2011, seu motorista, Manuel Araya, relatou à imprensa que o poeta pode ter sido envenenado pela ditadura de Pinochet, que deixou mais de 3.200 mortos e cerca de 38.000 torturados, segundo números oficiais.

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