Um tribunal de apelações britânico reverteu nesta sexta-feira, em Londres, uma decisão judicial que havia bloqueado temporariamente o uso de um hotel para abrigar solicitantes de asilo, uma vitória para o governo trabalhista, que abriga cerca de 32 mil imigrantes nesses estabelecimentos.
Os magistrados determinaram que o juízo de primeira instância “cometeu vários erros” em sua decisão, que obrigava mais de 130 solicitantes de asilo a deixarem, antes de 12 de setembro, um hotel em Epping, a nordeste da capital inglesa.
Esta nova decisão é temporária e será submetida ao Tribunal de Apelações de Londres em outubro.
Manifestações foram organizadas em frente ao hotel depois que um solicitante de asilo foi acusado de tentar beijar uma adolescente de 14 anos em Epping. O etíope de 38 anos nega os fatos.
Protestos contra a acolhida de solicitantes de asilo foram organizados também em outras cidades.
Em 11 de agosto, o conselho responsável por serviços locais de Epping apresentou um pedido judicial para impedir que solicitantes de asilo fossem alojados no hotel de sua região.
A Justiça deu razão ao conselho na semana passada, mas o Ministério do Interior e o hotel apelaram dessa decisão.
Para o tribunal, o juiz de primeira instância “ignorou a consequência óbvia” de que a bloqueio ao hotel exigiria “identificar” outros locais de acolhimento. A decisão também poderia ter “incentivado” outros conselhos locais a buscar medidas semelhantes, indicou.
Mais de 111 mil pessoas solicitaram asilo no Reino Unido nos últimos 12 meses, um número recorde. As autoridades têm a obrigação de fornecer alojamento àqueles que não o possuem.
O governo de Keir Starmer prometeu deixar de usar esse tipo de alojamento, considerado caro demais, até 2029.
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