A Justiça britânica autorizou, nesta terça-feira (06), a extradição de Hargobind Tahilramani, conhecido como “Rainha Golpista de Hollywood” por ter roubado centenas de milhares de dólares de profissionais ao se passar por mulheres influentes da meca do cinema americano.

De origem indonésia, Tahilramani é um excelente imitador de vozes e sotaques femininos, acusado de ter fraudado mais de 300 pessoas, incluindo atores, diretores e fotógrafos, em mais de US$ 1 milhão (R$ 4,9 milhões) entre 2013 e 2020.

A ministra britânica do Interior, Suella Braverman, irá decidir se ordena a extradição. A AFP procurou o ministério, que informou que não faria declarações sobre um caso individual.

Hargobind Tahilramani foi preso em 2020 na Inglaterra, após ser indiciado por um tribunal da Califórnia no ano anterior. Ele se passava por executivas de Hollywood, como Kathleen Kennedy, presidente da Lucasfilm, a ex-chefe da Sony Amy Pascal e a ex-diretora executiva dos estúdios Paramount Sherry Lansing.

O golpista também teria imitado Wendi, ex-mulher do magnata da mídia Rupert Murdoch, e, às vezes, também se passava por executivos do sexo masculino.

Segundo a ata de acusação, consultada pela AFP, o suposto golpista entrava em contato com os profissionais do cinema, a quem apresentava oportunidades de emprego prestigiosas e lucrativas para projetos imaginários. A única condição era que viajassem até a Indonésia para a escolha de locações, pesquisa e preparação de roteiros.

Ao desembarcarem naquele país, cúmplices do golpista tiravam dinheiro das vítimas sob o pretexto de “gastos com transporte” ou outros adiantamentos, que seriam reembolsados pela produção.

As vítimas, no entanto, nunca mais viam o dinheiro, e aquelas que reclamavam ou questionavam eram ameaçadas por Tahilramani, que as intimidava enviando às mesmas fotos de seus filhos ou falando em “desmembrá-las”, segundo a ata de acusação.

Tahilramani argumentou que não deveria ser extraditado, porque uma parte significativa de sua suposta conduta ocorreu no Reino Unido. Seus advogados também alegaram que as condições de prisão nos Estados Unidos violariam os direitos humanos de seu cliente. O juiz britânico Paul Goldspring rejeitou estes argumentos.

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