A Justiça americana anunciou, nesta sexta-feira (15), a devolução ao Camboja de 13 obras de arte da cultura Khmer que foram roubadas perto dos templos monumentais de Angkor Wat e que foram alvo do tráfico internacional até serem retidas pelo prestigiado Metropolitan Museum of Art de Nova York, o qual as devolveu “voluntariamente”.

O procurador federal de Manhattan, Damian Williams, informou em um comunicado de imprensa sobre a restituição de estátuas e esculturas procedentes da antiga capital Khmer Koh Ker, a 80 km de Angkor, incluindo a representação de uma deusa do século X e uma cabeça de Buda do século VII.

Williams informou que o MET “concordou voluntariamente em devolver as antiguidades” e que “o processo de restituição está em curso”. Em maio, o museu se comprometeu a devolver mais obras que estão sob sua posse de forma ilegal.

A Justiça americana já havia devolvido 30 obras da cultura Khmer a Phnom Penh em agosto de 2022.

“Todas as peças devolvidas hoje estavam diretamente relacionadas ao tráfico ilícito e, particularmente, a um homem chamado Douglas Latchford [que faleceu em 2020], um colecionador e comerciante de arte acusado [em Nova York] de dirigir uma vasta rede de tráfico de antiguidades do Sudeste asiático em 2019”, especificou.

Estas obras e milhares de outras foram roubadas no final do século XX durante as guerras no Camboja na década de 1970.

A Procuradoria de Manhattan lidera uma importante campanha de restituição desde 2017: nos últimos dois anos, mais de 1.000 peças avaliadas em US$ 255 milhões (R$ 877 milhões na cotação atual) foram devolvidas a mais de 20 países.

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