A justiça adiou para dezembro o julgamento da ex-deputada federal Flordelis e mais quatro pessoas da família por envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo. O pastor, que era marido de Flordelis, foi executado a tiros em junho de 2019.

Cinco réus seriam julgados na próxima segunda-feira, 6, no Tribunal do Júri de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, por envolvimento no crime. A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu na sexta-feira, 3, pelo adiamento do julgamento de todos eles para as 9h do dia 12 de dezembro.

A juíza acolheu primeiramente o pedido da defesa para adiar o julgamento da ex-deputada federal Flordelis, da filha Marzy Teixeira da Silva e da neta Rayane dos Santos Oliveira, “sob o argumento de que há laudos ainda não acostados aos autos que seriam imprescindíveis para o exercício da ampla defesa das acusadas, bem como considerando que não houve tempo hábil para a análise dos laudos recentemente acostados aos autos.”

Após a decisão da juíza, as equipes de defesa dos demais réus, André Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues, filhos da ex-deputada, ajuizaram petições também pedindo o adiamento do júri. “Assim, com relação a ambos os requerimentos, em prol da ampla defesa e do contraditório, defiro o adiamento da sessão, retirando o feito de pauta”, decidiu a juíza.

A Justiça do Estado do Rio de Janeiro lembra que Flordelis, os três filhos e a neta respondem pela acusação de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo.

O crime ocorreu em 16 de junho de 2019, quando o pastor Anderson foi executado a tiros na casa da família, no bairro de Pendotiba, em Niterói. Peritos que examinaram o corpo do pastor identificaram 30 perfurações de balas. Ele foi casado com Flordelis por 25 anos. A pastora era deputada federal pelo Rio de Janeiro, mas foi cassada pelo plenário da Câmara dos Deputados no dia 11 de agosto de 2021.

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Outros acusados de participação no crime já foram condenados pela justiça. Em julgamento iniciado no último dia 12 de abril, o Tribunal do Júri de Niterói condenou quatro réus: Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, foi condenado a quatro anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa foi sentenciado a cinco anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado; Andrea Santos Maia, mulher de Costa, foi condenada a quatro anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto; e Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho afetivo de Flordelis, foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto, mas depois conseguiu liberdade condicional.

Em novembro de 2021, Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis e denunciado como autor dos disparos que mataram o pastor, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Niterói a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis e acusado de adquirir a arma usada no assassinato, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado.


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