O feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos esvaziou os negócios no mercado futuro de juros, onde o volume negociado se reduziu a aproximadamente metade. As taxas oscilaram pouco nesta segunda-feira, 21, e terminaram estáveis nos vencimentos mais curtos e com leve baixa nos mais longos. Com a agenda de indicadores e eventos escassa, a principal referência foi o mercado de câmbio, onde o dia também foi de baixa liquidez e oscilações contidas.

Ao final dos negócios da B3 na etapa estendida, o contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro de 2020 teve taxa de 6,54%, a mesma do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 projetou 7,35%, ante 7,34% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2023 teve 8,44%, de 8,47% de sexta-feira. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2025 projetou 8,92%, ante 8,95% do ajuste anterior.

“A liquidez foi muito ruim e houve poucas novidades. O noticiário em torno de Flávio Bolsonaro ficou em segundo plano, sendo apenas monitorado. Por outro lado, o mercado manteve-se atento às notícias que podem vir de Davos”, disse Luis Felipe Laudisio, da Renascença Corretora.

O profissional destacou como ponto positivo do dia as declarações do vice-presidente Hamilton Mourão, que pela manhã afirmou que o tempo mínimo de serviço para aposentadoria de militares deve ser ampliado. De acordo com Mourão, a questão está sendo discutida e será apresentada como forma de “mitigar esse gasto” para a União e o Estado. “A questão dos 30 anos do serviço ativo, eu acho que ela irá mudar. Acho que vai aumentar”, afirmou o general, que ocupa a presidência interinamente, devido à viagem do presidente Jair Bolsonaro a Davos. Mourão afirmou que a mudança poderá ser feita com um período de transição.

No início dos negócios, ainda pela manhã, as taxas chegaram a oscilar em alta, acompanhando o dólar, que na máxima chegou aos R$ 3,78. À tarde, a menor pressão compradora sobre a moeda americana abriu espaço para um ligeiro alívio na curva.

Nesta terça-feira, no Fórum Econômico Mundial de Davos, o destaque será a fala do presidente Jair Bolsonaro. Segundo declarou nesta segunda o próprio presidente, seu discurso será “objetivo, curto e direto” e vai abordar a necessidade de se fazer comércio sem viés ideológico. “Estamos querendo mostrar que o Brasil mudou. O nosso objetivo é apresentar o novo Brasil que chega com o nosso governo”, disse.