Os juros futuros encerraram a sessão regular desta segunda-feira, 30, em alta, especialmente em vencimentos mais longos, como o contrato para janeiro de 2021. Segundo profissionais do mercado de renda fixa, a soma de notícias internas com incerteza no exterior elevou as taxas.

No cenário doméstico, analistas citaram a prisão de Eike Batista como um fator de risco político. O empresário, denunciado por pagar propina ao peemedebista Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, afirmou que “está na hora de ajudar a passar as coisas a limpo”.

Profissionais do mercado de renda fixa acrescentaram a homologação da delação premiada da Odebrecht. Em relatório a clientes, os analistas da Guide escreveram: “Quem ‘ganha’ e quem ‘perde’? Fortalece-se (em termos políticos) não só Carmén Lúcia (presidente do STF), mas também (o procurador-geral da República, Rodrigo) Janot. Neste ‘jogo de forças’, perdem o presidente Temer e potenciais envolvidos nas delações da Odebrecht, considerando potenciais vazamentos parciais de tais delações”.

Do exterior, chamam a atenção dos agentes econômicos as primeiras medidas do governo Trump. Além disso, o dado de inflação na Alemanha mais alto que o previsto, como divulgado logo cedo, fez os rendimentos de títulos europeus subirem. “Do lado do fundamento econômico, esse dado mostra a economia melhor que o esperado. Mas por outro, pode desestimular fluxo para ativos de risco e para emergentes”, afirma o diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas, Rogério Braga.

Nesse contexto, o DI para janeiro de 2018 fechou a 10,940%, na mínima, ante 10,935% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2019 ficou em 10,42% ante 10,40% no ajuste de sexta-feira. E o DI para janeiro de 2021 fechou a 10,70% ante 10,64% no ajuste de sexta-feira.