Os juros futuros reduziram o fôlego de baixa visto pela manhã e oscilaram à tarde perto dos ajustes de ontem, na medida em que os rendimentos dos Treasuries também desaceleraram o ritmo de queda. O ambiente externo serviu mais uma vez de referência à curva local durante toda a sessão desta quinta-feira de agenda local esvaziada.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,015%, de 10,020% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2026 passou de 9,81% para 9,79%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 9,98% (de 9,99% ontem) e a do DI para janeiro de 2029 terminou em 10,44%, estável.

Pela manhã, as taxas estiveram em baixa moderada, alinhadas à curva americana, com os investidores digerindo vários dados de atividade e seus impactos no quadro das expectativas para política monetária nos Estados Unidos. A aposta de que o Federal Reserve começará a reduzir os juros na reunião de junho é amplamente majoritária, com cerca de 80% de chance, mas a probabilidade de maio também avançou, para quase 44%. O mercado ainda ampliou apostas num ciclo de cortes acima de 100 pontos-base este ano.

As vendas no varejo nos Estados Unidos caíram mais do que o previsto e a produção industrial teve queda inesperada, ambos referentes a janeiro. A taxa da T-Note de 10 anos chegou a cair abaixo de 4,20%, mas retomou o nível no começo da tarde, reduzindo o impulso de queda das taxas locais. No fim do dia, estava em 4,23%.

Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC, observa que este período pós-carnaval tem sido de alguma volatilidade para os DIs, imposta por dados americanos em direções divergentes. Ontem os números de inflação vieram acima do esperado e hoje os de atividade surpreenderam para baixo. “As taxas curtas, como para janeiro de 2025, voltaram aos níveis pré-carnaval, mas as longas ainda estão um pouco acima e devem retornar na medida em que os indicadores nos EUA vierem mais amenos”, afirma. Amanhã, sai o índice de preços no atacado (PPI, em inglês).

Já os fatores locais estão em segundo plano. A pesquisa Focus trouxe mudanças apenas marginais nas medianas de IPCA para 2024 (3,81% para 3,82%) e 2025 (3,50% para 3,51%), enquanto as de Selic seguiram inalteradas, em 9,00% e 8,50%, respectivamente. Na área fiscal, as medidas seguem à mercê do Congresso, que só volta a trabalhar na próxima semana.