Os juros futuros de longo prazo encerraram a sessão regular desta quinta-feira, 31, em queda, enquanto os demais prazos encerraram perto dos ajustes anteriores. O mercado movimentou-se basicamente motivado por fatores técnicos, relacionados à discussão sobre um possível exagero na quantidade de prêmios na curva e também ao leilão de títulos prefixados do Tesouro, considerado pequeno. A fraqueza global do dólar também contribuiu indiretamente para aliviar a curva de juros.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2019 (325.275 contratos) fechou em 7,76%, estável ante o ajuste de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2021 (356.130 contratos) caiu de 9,27% para 9,18% e a do DI para janeiro de 2023 (87.760 contratos) terminou em 9,82%, de 9,91%. A taxa do DI janeiro de 2025 (73.585 contratos) terminou em 10,14%, de 10,23%.

Profissionais da área de renda fixa afirmam que o mercado ignorou o noticiário em torno da votação das mudanças das metas fiscais, que o governo não conseguiu concluir ontem no Congresso, e foi pautado por questões técnicas. “Há relatos de investidores estrangeiros montando operações de ‘flattening’ (achatamento) em meio à avaliação de que a curva estaria excessivamente inclinada”, disse um gestor de renda fixa, lembrando que o ambiente externo é muito favorável para o fluxo. Nos últimos dias, vem crescendo o debate em torno do acúmulo de prêmio a partir do trecho intermediário, apesar do cenário fiscal preocupante e dos riscos de novas delações afetarem o governo.

Além disso, o leilão de papéis prefixados ficou aquém do esperado, o que tira pressão dos ativos, especialmente o das Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), de 1,250 milhão de títulos, contra 2 milhões na operação anterior. A exemplo da semana passada, no caso das Letras do Tesouro Nacional (LTN), a instituição repetiu a oferta de 5,5 milhões.