Os juros futuros no segmento BM&F ampliaram a alta e encerraram a sessão desta quinta-feira, 6, nas máximas do dia, ainda sob o impacto das preocupações com a reforma da Previdência, que também ajudaram a levar o Índice Bovespa para abaixo dos 64 mil pontos. O giro de contratos cresceu no período da tarde, quando foram disparadas ordens de stop loss, ou seja, zeragem de posições vendidas, que estressaram ainda mais o mercado. O avanço das taxas hoje também atingiu a parte curta da curva, que ontem tinha fechado em baixa.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (278.455 contratos) fechou em 9,765%, de 9,805% no ajuste de ontem. A taxa do DI janeiro de 2019 (267.510 contratos) encerrou na máxima de 9,55%, de 9,44% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2021 (244.690 contratos) terminou na máxima de 10,00%, de 9,85%.

Desde ontem, quando o Grupo Estado começou a publicar o Placar da Previdência mostrando que o governo está muito longe de conseguir os votos necessários para aprovar a proposta, os investidores passaram a recolher posições vendidas, diante do risco de não aprovação do projeto ou de uma desidratação do texto que comprometa o ajuste fiscal. Às 16h14, o Placar atualizado mostrava que 97 deputados são a favor, bem menos do que os 308 necessários para a aprovação, e 256 são contra. Os demais que completam o total de 513 estão relacionados aos indecisos, abstenções ou não responderam.

Além disso, o presidente Michel Temer autorizou a flexibilização do texto em cinco pontos: regra de transição, aposentadoria rural, Benefício de Prestação Continuada, pensões e aposentadorias especiais de professores e policiais. Mas negou que isso represente um “recuo”. Temer afirmou que deu permissão para que se façam “os acordos necessários nesses tópicos, desde que se mantenha a idade mínima”. Segundo a Casa Civil, tais flexibilizações reduziriam a economia inicialmente esperada no projeto original em 10% em 10 anos. Isso representa R$ 67,8 bilhões.