Os juros futuros fecharam nesta terça-feira, 7, em alta, num movimento de correção estimulado pelo avanço dos juros dos Treasuries no exterior e comunicação, na segunda-feira, 6, do Banco Central sobre o processo de redução da Selic, além de cautela com a política. Segundo fontes da área de renda fixa, o esclarecimento feito pela autoridade monetária em reunião com analistas na segunda-feira de que a “intensificação” do ciclo é uma reafirmação antiga, conforme publicou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, abriu espaço para que os investidores corrigissem marginalmente as apostas para o corte da Selic, em direção a 0,75 ponto porcentual, ante 1,0 pp. No final, contudo, o mercado continuou dividido entre as duas possibilidades. A queda do Produto Interno Bruto (PIB) dentro das expectativas ficou em segundo plano.

“Ontem, quem foi na reunião trimestral do BC com analistas no Rio achou que 100 bps não é o piso. Está mais para teto”, afirmou uma fonte. Segundo ele, o avanço dos rendimentos dos Treasuries ajudou na “realização”.

De acordo com o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano, o mercado está “dividido, discutindo a possibilidade de o BC acelerar o ritmo de cortes, que é de 75 bps”. “Nas próximas duas reuniões, há divisão entre 75 e 100 pontos-base, que reflete incerteza em relação ao cenário”, emendou, calculando que, ao final da sessão regular, estavam embutidos na curva praticamente 50% de chances de cada uma das apostas tanto para abril quanto para maio.

Já um operador atribuiu a subida das taxas à cautela com o ambiente político doméstico.

No começo do dia, o PIB mostrou queda de 0,9% no quatro trimestre de 2016 ante o trimestre anterior, dentro das estimativas dos analistas, que previam retração de 1,30% a 0,15%, com mediana negativa de 0,55% (levantamento Projeções Broadcast). No ano passado, o encolhimento foi de 3,6%, que coincidiu com a mediana das previsões. A atividade, aliás, deu a tônica na primeira das duas reuniões de diretores do BC hoje com representantes do mercado financeiro na capital paulistas. Economistas não chegaram a um consenso em relação à recuperação da atividade econômica, apurou o Broadcast.

Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 tinha taxa de 10,22%, de 10,21% no ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2019, de 9,70%, ante 9,66%; e o para janeiro de 2021, de 10,01%, ante 9,96%.