Depois de alternarem altas e baixas pela manhã desta sexta-feira, 1, as taxas de juros no mercado futuro se firmaram em terreno negativo pela tarde e fecharam em queda em meio a uma conjunção favorável de fatores domésticos e externos.

Por aqui, cresce a perspectiva de que o desfecho da eleição para presidência da Câmara do Senado, à noite, será positivo para a tramitação da reforma da Previdência no Congresso. Na disputa na Câmara, o favoritismo é de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tende a trabalhar alinhado com o governo. No Senado, onde a disputa segue mais embolada, há sinais fortes de que o governo já acertou os ponteiros com Renan Calheiros (MDB-AL), cujas chances de vitória não podem ser desprezadas.

Para o economista da gestora Quantitas João Fernandes, o mercado vê um ambiente construtivo para reforma da previdência. “O Rodrigo Maia parece mais alinhado com as reformas. E o Renan não parece querer bater de frente com um governo com aceitação popular”, diz.

Também contribui para a queda das taxas os sinais reiterados de recuperação lenta da atividade. Já se especula que a combinação de ajuste fiscal, com reforma da previdência, e falta de fôlego da economia poderia levar o Banco Central a reduzir a Selic, hoje em 6,50% ao ano.

O IBGE divulgou dados da produção industrial. Houve alta de 0,2% em dezembro ante novembro, mas queda de 3,6% em relação a dezembro de 2017. Segundo o economista-chefe do Rabobank Brasil, Maurício Oreng, os dados da produção industrial colocam viés de baixa na projeção de avanço de 0,3% do PIB no quarto trimestre de 2018 e podem levar a um carregamento estatístico baixo para o PIB de 2019.

“Nosso ‘call’ é de estabilidade da Selic, mas vemos que o mercado já está incorporado a possibilidade de corte da Selic”, diz Fernandes, da Quantitas.

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Ao otimismo interno soma-se o alívio para países emergentes da decisão do Federal Reserve nesta semana. Com a condução ‘paciente’ da política monetária e o Fed promove um realinhamento do custo do dinheiro e garante um ambiente de liquidez global.

Ao final dos negócios na etapa estendida de negócios na B3, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 teve taxa de 6,37%, ante 6,38% do ajuste de quinta. O DI para janeiro de 2021 projetou 6,94%, ante 7,01% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2023 ficou com taxa de 8,02%, contra 8,11%. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2025 teve taxa de 8,53%, de 8,64%.


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