Os juros futuros fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 13, em queda firme ao longo de toda a curva, refletindo a perspectiva de que a Selic poderá permanecer por mais tempo do que se imaginava no atual patamar de 6,50%. Essa percepção, por sua vez, teve por base o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, visto como “dovish” (mais leve), além dos dados fracos das vendas do varejo divulgados na manhã desta quinta.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019, o primeiro a vencer após a reunião do Copom, fechou em 6,401%, de 6,402% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2020 caiu de 6,721% para 6,620%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou a 7,58%, ante 7,753% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2023 recuou de 9,083% para 8,91% e a do DI para janeiro de 2025, de 9,682% para 9,52%. Todas as taxas fecharam nas mínimas, com exceção do janeiro de 2020.

No comunicado, o Copom destacou que, desde o encontro anterior, de outubro, houve uma alta do risco de a ociosidade na economia produzir inflação abaixo do esperado. Por outro lado, voltou a alertar que, sem as reformas econômicas, a inflação pode acelerar. Uma eventual crise no exterior intensificaria este movimento.

Para o economista-sênior do Haitong Banco de Investimentos, Flávio Serrano, o destaque do comunicado foi a retirada do trecho do texto anterior de que o estímulo da política monetária “começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo” ou “o balanço de riscos apresentem piora”. “A decisão de retirar este trecho coloca uma possível alta de juro mais distante”, disse.

Segundo ele, a curva aponta redução das apostas de alta da Selic a partir do fim do primeiro semestre de 2019, com deslocamento mais firme para o encontro de setembro.

O alerta do Copom sobre o ritmo de ociosidade da economia encontrou respaldo nos indicadores ruins do varejo em outubro. As vendas do varejo restrito caíram 0,4% ante setembro, abaixo da mediana de estabilidade apontada na pesquisa Projeções Broadcast. O varejo ampliado recuou 0,2% ante setembro, também pior do que a mediana das estimativas de 0,55%.

Nos demais ativos, o dólar à vista subia 0,55%, aos R$ 3,8795, às 16h38, enquanto nas ações o Ibovespa tinha máxima de 87.711,98 pontos, alta de 0,84%, na esteira da melhora das bolsas norte-americanas.