Os juros futuros confirmaram no fechamento da sessão regular do segmento BM&F o movimento de queda que deu o tom aos negócios desde a abertura da sessão, que, no entanto, teve volume baixo de contratos negociados. Um conjunto de fatores – pesquisa Focus, Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e monitor da Fundação Getulio Vargas (FGV) – animou o mercado em relação ao ciclo de queda da Selic e provocou forte recuo nas taxa ao longo de toda a curva. Além disso, houve alívio na percepção de risco político e, no exterior, não houve nada no fim de semana que pudesse agravar as tensões geopolíticas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (253.150 contratos) caiu de 10,854% no ajuste de sexta-feira para 10,789%. A do DI janeiro de 2018 (112.565 contratos) fechou em 9,670%, de 9,770%. A taxa do DI janeiro de 2019 (136.555 contratos) caiu de 9,51% para 9,38% e a do DI janeiro de 2021 (71.975 contratos), de 9,93% para 9,81%.

Na pesquisa Focus, o destaque foi a queda da mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2018 para baixo da meta central de inflação de 4,5%. A mediana passou para 4,46%, após permanecer estacionada em 4,50% por 36 semanas consecutivas.

Já a primeira prévia do IGP-M de abril mostrou expressiva e inesperada deflação, de 0,74%, após um aumento de 0,25% na primeira prévia de março. Esse cenário reforçou a percepção de que há espaço para um corte da Selic acima de 1 ponto porcentual na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-feira, mas, por ora, na curva a termo o consenso ainda é de uma queda de 1 ponto na taxa básica, hoje em 12,25%.

Além disso, o Boletim Focus trouxe ainda revisão para baixo na estimativa para o crescimento do PIB este ano, de 0,47% para 0,41%.

Na política, o governo vem intensificando a estratégia para conseguir aprovar a reforma da Previdência, o que tem sido valorizado pelo mercado, depois que o Placar da Previdência, produzido pelo Grupo Estado, mostrou que as intenções de votos favoráveis na Câmara estão bem distantes dos 308 necessários. Às 16h23, os Placar mostrava 100 votos a favor e 272 contrários.

No domingo, 9, o presidente Michel Temer reuniu-se com aliados, ministros, o presidente do Senado, Eunicio Oliveira, e o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, num esforço para fechar a questão em torno da proposta.

Em entrevista ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) nesta tarde, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que, com as indicações de mudança no texto dadas pelo presidente Michel Temer na semana passada, a proposta já está “bem próxima” de ter o apoio necessário para ser aprovada.