Os juros futuros de longo prazo devolveram boa parte da alta da segunda-feira, 9, e fecharam a sessão regular da terça-feira, 10, em queda, assim como também terminaram em baixa os vencimentos de curto e médio prazos. O alívio veio do exterior, onde o dólar recua ante as demais moedas e favorece um ajuste na curva a termo, e também de fatores domésticos, em especial o aumento da perspectiva de retomada da agenda de reformas após a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara.

No entanto, a correção do movimento de segunda não teve nesta terça respaldo de volume. A sessão, a exemplo da véspera, foi novamente de liquidez fraca, mesmo com a volta do mercado de Treasuries após o feriado do Dia de Colombo nos EUA.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou na mínima de 7,31%, de 7,35% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,28% para 8,21%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou a 8,94%, de 9,00%, e a do DI para janeiro de 2023 recuou de 9,70% para 9,63%.

A possibilidade de votação da reforma da Previdência ainda este ano animou os investidores logo na abertura dos negócios. Como publicou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) na segunda à noite, lideranças governistas no Congresso lançaram uma nova ofensiva para propor uma reforma da Previdência mais enxuta para apresentar à base aliada, que deve se concentrar na idade mínima de aposentadoria, tempo mínimo de contribuição e uma regra de transição para quem já contribui. A estratégia é colocar a matéria em votação no plenário da Câmara em novembro, após a análise da denúncia.

Do mesmo modo, a queda do dólar e do rendimento dos Treasuries ao longo do dia também trouxe alívio para os juros.

Na última hora, contudo, a moeda norte-americana reduziu as perdas e bateu máximas ante o real, cotada a R$ 3,1819 (+0,13%), na máxima, às 16h40.

O mercado começa a se preparar para receber da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira, em busca de sinalização se os juros nos EUA devem mesmo subir em dezembro. Além disso, a ampliação da queda do peso mexicano também pesa contra o real. A T-Note de dez anos projetava taxa de 2,343%, ante o patamar de 2,36% na segunda-feira.