Os juros futuros fecharam a sessão em queda, alinhados mais uma vez ao bom humor dos mercados internacionais e, principalmente, ao desempenho positivo das moedas emergentes, entre as quais o real foi destaque. As taxas tinham recuo moderado pela manhã desta segunda, 14, e ampliaram o movimento à tarde, justamente quando o dólar passou a cair mais fortemente, abaixo dos R$ 5,27 nas mínimas. O noticiário interno não trouxe novidades, assim como o IBC-Br de julho, ainda que abaixo da mediana, teve efeito limitado sobre as taxas no início do dia. O alívio da curva, no entanto, não teve respaldo de liquidez, com o investidor aguardando as reuniões de política monetária da semana para definir posições. A dois dias da decisão do Copom, o consenso das apostas se mantém na estabilidade da Selic em 2%.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 2,810%, de 2,853% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,144% para 4,060%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,920%, de 6,973% no último ajuste.

“Como não tivemos noticiário negativo na seara política e o dólar recuando, tudo isso tira pressão dos juros”, disse o operador de renda fixa da Nova Futura André Alírio, destacando que, por hoje, as questões fiscais, como o risco de flexibilização do teto de gastos, ficaram em stand by.

Jefferson Lima, gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, lembra que os ativos andaram em bloco nesta segunda-feira, a partir da retomada do apetite pelo risco visto no exterior. “O mercado melhorou como um todo, com o ‘sell off’ das techs arrefecendo, mas a semana promete com Copom, Fed, BoE”, disse.

Em função desta agenda pesada na semana, o volume de contratos negociados foi, como de costume às segundas-feiras, abaixo do padrão e hoje agravado pelo compasso de espera pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, o quadro das expectativas para o Copom segue inalterado, com o mercado amplamente posicionado para manutenção da Selic em 2% na quarta-feira, embora a curva tenha apostas isoladas de uma alta de 0,25 ponto porcentual.

A maior expectativa é em relação à sinalização do comunicado para os próximos passos, embora Alírio, da Nova Futura, acredite que o texto não deva trazer definições e, assim como o anterior, manter um espaço mínimo para ajustes na taxa básica. “Pode ser mais do mesmo, pois os fatores que podem definir alta ou baixa nos movimentos futuros estão dados, como a questão fiscal, as pressões inflacionárias e a retomada da economia”, elencou. O problema, diz ele, é que é preciso justamente aguardar os próximos meses para ver como esse fatores ainda vão evoluir. “Talvez esse nível de definição perpasse essa reunião”, afirmou.