Os juros futuros fecharam a quinta-feira, 5, em alta, com exceção dos vencimentos de curtíssimo prazo, que recuaram. O avanço foi expressivo nos prazos longos, que completaram a terceira sessão seguida de alta, com alguns vencimentos já retornando ao patamar de dois dígitos. A alta do dólar e dos juros dos Treasuries, o desconforto com o cenário político e a continuidade de saída de fluxo para a renda variável, além da tradicional pressão do leilão de títulos prefixados, foram alguns dos argumentos citados pelos profissionais para justificar o desempenho do mercado.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 subia de 7,31% no ajuste de quarta-feira para 7,35%. A taxa do DI para janeiro de 2020 (322.130 contratos) fechou em 8,29%, de 8,19% no ajuste anterior, e a do janeiro de 2021 terminou em 9,01%, de 8,88%. A taxa do DI para janeiro de 2023 encerrou em 9,73%, de 9,58%, e a do janeiro de 2025 avançou de 9,92% para 10,06%.

As taxas já mostravam alta na abertura dos negócios, mas tiveram algum alívio na pressão após o Itaú Unibanco divulgar relatório no qual informou ter revisado sua estimativa para a Selic no fim do atual ciclo de flexibilização monetária, de 7,0% para 6,5%.

Ainda pela manhã retomaram a trajetória ascendente antes do leilão de 7,5 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN). No meio da tarde, as taxas ampliaram o avanço e foram às máximas, movimento atribuído à notícia de que a cúpula do PSDB decidiu destituir o deputado Bonifácio de Andrada (MG) da vaga de suplente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Andrada é o relator da denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco. Porém, o vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Carlos Marun (MS), afirmou que o PSC cederá uma vaga para que Andrada continue na CCJ e à frente da relatoria.

No exterior, o rendimento dos Treasuries de dez anos apresenta forte elevação, para o nível de 2,35%, do patamar de 2,32% de quarta.

O dólar à vista renovou máxima na última hora, em meio à cautela política e avanço generalizado da moeda americana no exterior. Às 16h38, a moeda no segmento à vista era negociada em R$ 3,1542 (+0,68%), após bater máxima de R$ 3,1556.