Os juros futuros fecharam a sessão regular desta segunda-feira, 16, com viés de alta, com exceção dos vencimentos de curto prazo, mais sensíveis às próximas decisões de política monetária, que terminaram perto da estabilidade. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 7,28%, de 7,27% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2020 subiu de 8,20% para 8,24%.

A taxa do DI janeiro de 2021 terminou em 8,99%, de 8,93%, e a do DI para janeiro de 2023 avançou de 9,65% para 9,71%. O DI para janeiro de 2018, que capta as apostas para as duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) este ano, tinha taxa de 7,390%, de 7,392% no ajuste anterior.

Como é comum às segundas-feiras, a sessão foi de liquidez fraca no mercado de juros, refletindo a agenda doméstica esvaziada de indicadores e também o compasso de espera pelos eventos da semana, em especial a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Desse modo, a pressão de alta moderada nos principais contratos, que predominou desde a parte da manhã foi influenciada pelo avanço do dólar, segundo profissionais da área de renda fixa.

A moeda era negociada em R$ 3,1730 (+0,76%), na máxima, às 16h36 e também subia ante as demais moedas de economias emergentes, como o peso mexicano, e ainda em comparação com as moedas fortes.

Para alguns analistas, há também um desconforto com o cenário político que limita a exposição ao risco prefixado. “Chama a atenção esse estranhamento entre o chefe do Legislativo e o do Executivo, na semana em que Temer vai precisar bastante do Legislativo”, disse o estrategista de renda fixa da GS Research, Renan Sujii.

No fim de semana, houve troca de farpas entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a defesa do presidente Temer. Maia chamou de “incompetente” o advogado Eduardo Carnelós, após este ter classificado como “vazamento criminoso” a divulgação, no site da Câmara, dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, que atingem Temer.

Na última hora, o noticiário político trouxe que o PSD, dono da quinta maior bancada na Câmara, com 39 parlamentares, vai trocar um de seus quatro membros titulares na CCJ. De acordo com o líder do partido, Marcos Montes (MG), o deputado Delegado Éder Mauro (PA) pediu para deixar o colegiado.

No lugar dele, Montes deve indicar a deputada Raquel Muniz (MG). “O Delegado Éder Mauro me pediu semana passada para sair. Ele, inclusive, comunicou ao presidente Michel Temer que iria votar contra ele nessa segunda denúncia e, por isso, iria sair da CCJ”, afirmou Montes ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.