A um jogo da classificação à final da Série D do Campeonato Brasileiro, a Juazeirense aposta as suas fichas em um jogador que une diferentes gerações da família Martins: o meia Juninho Tardelli, filho de Zé Tadeu, ex-jogador com destaque no futebol paranaense nos anos 1980 e 1990, e irmão de Diego Tardelli, atacante com passagem pela seleção brasileira e hoje no futebol chinês.

Juninho Tardelli está na Juazeirense há pouco tempo, tendo chegado ao clube no início de julho, para a disputa do mata-mata da Série D. Desde então, porém, se tornou o dono da camisa 10, atuou nos 90 minutos dos últimos sete jogos do time na competição, com dois gols marcados. E essa experiência pode logo acabar, pois o contrato com o time se encerra ao término da quarta divisão nacional.

A situação não deixa dúvidas: Juninho Tardelli é um “andarilho da bola”, com passagens por mais de uma dezena de clubes, a maior parte deles do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Mas a experiência pela Juazeirense é a primeira por um time nordestino.

Antes disso, estava no futebol dos Emirados Árabes Unidos, no Ras Al Khaimah. E também atuou no Catar e Irã, no Mes Kerman, onde viveu péssima experiência, pois empresários turcos roubaram parte do valor acordado em seu contrato, o que o levou a encerrar precocemente a passagem pelo clube. Uma situação bem diferente da vivida por Diego Tardelli, que no início de 2015 trocou a idolatria no Atlético-MG, pelo qual semanas antes havia marcado o gol do título da Copa do Brasil pelos milhões do chinês Shandong Luneng, algo que acabou até o afastando da seleção.

Sem o mesmo sucesso do irmão, ele viu o sobrenome do ex-jogador italiano Marco Tardelli, que o pai escolheu para homenagear em seu filho Diego, se tornar um apelido. “É uma honra ter o nome do meu irmão, pelo jogador que ele é. Sou fã incondicional pelo que representa. É uma responsabilidade boa. Não tem tantas comparações porque somos de posições diferentes. Sou camisa 10 e ele, 9. Eu sou o que pensa (a criação de jogadas)”, comentou.

Mas é do pai que Juninho parece seguir o legado. Afinal, herdou de Zé Tadeu a mesma posição em campo – meia – e a passagem em diversos clubes do futebol brasileiro. “Meu pai rodou bastante. Construiu respeito muito grande no Paraná Clube e no Londrina”, relembrou.

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Essa rotatividade impediu Juninho de realizar o sonho de jogar ao lado de Diego durante a carreira. Ele esteve perto de virar realidade em 2009, quando o meia chegou ao Atlético-MG, pelo qual o atacante já se destacava. Mas um empréstimo para o Tombense, do interior de Minas Gerais, e uma posterior transferência – frustrada – para o futebol japonês separou de vez o caminho dos irmãos. “Meti os pés pelas mãos, podia ter renovado o contrato”, admite o meia.

Resta a eles a possibilidade de realizar o sonho de atuarem juntos nas tradicionais peladas de fim de ano, quando até o pai se junta ao mesmo time. “Não dá para jogar contra. Quem nos chama sabe que Tadeu, Júnior e Diego estão juntos”, avisa Juninho, que espera ver o filho seguir o legado da família Martins em campo. “Bernardo Martins tem quatro anos e você vai ouvir falar muito dele”, brinca.

Antes disso, Juninho tenta dar sequência na sua passagem de sucesso pela Juazeirense. O clube já fez história ao se tornar o primeiro da Bahia a conseguir o acesso para a terceira divisão nacional por meio da Série D, despachando outros dois clubes do Estado: Jacobina e Fluminense de Feira.

Depois, provocou a maior zebra da competição ao deixar para trás o América de Natal no confronto que valeu a vaga na Serie C de 2018. Nas semifinais, então, abriu vantagem com o triunfo por 3 a 1 sobre outro clube potiguar, o Globo, com direito a gol de Juninho Tardelli. Neste domingo, às 17 horas, a Juazeirense defende essa vantagem em Ceará-Mirim para ir à final da Série D.


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