Havia sete anos que o australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks (organização que ilicitamente se apropria e divulga documentos confidenciais de empresas e governos), vivia asilado na embaixada do Equador em Londres. Motivo: em 2010, dois anos antes de se abrigar na representação diplomática, ele divulgara dados sobre a campanha militar dos EUA nas guerras do Iraque e do Afeganistão. O seu maior temor, que motivou o refúgio, era ser extraditado para o território americano onde se cogitava, no calor dos acontecimentos, a eventualidade de uma condenação à morte, caso lhe imputassem a acusação de espionagem. Na quinta-feira 11, com autorização do presidente do Equador, Lenín Moreno, que suspendeu-lhe o asilo e a cidadania equatoriana, Assange foi preso na embaixada pela polícia britânica e imediatamente conduzido a uma delegacia e, posteriormente, à Corte de Magistrados de Westminster para ser submetido à audiência de custódia. Segundo Moreno, o líder do WikiLeaks burlou as regras da embaixada ao tentar acessar dados sigilosos e manifestar-se contra governos de países amigos do Equador. Quando se asilou, contra ele pesava também um processo na Suécia por abuso sexual, hoje já arquivado. A prisão de Assange significa uma provável extradição aos EUA. Analistas miltares e políticos e também a mídia americana consideram, no entanto, que pelo menos por enquanto está afastada a hipótese de ele ser julgado e sentenciado à morte, uma vez que a acusação se limita a “prática de conspiração” e não se refere à espionagem. Nesse caso, a legislação do país prevê encarceramento de cinco anos.

Assange quebrou regras do asilo

O editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, afirmou, na quinta-feira 11, que Julian Assange foi secretamente monitorado na embaixada do Equador em Londres. Motivo: ele quebrou as regras do asilo, tentou capturar dados sigilosos e divulgou opiniões políticas em redes sociais. O material colhido teria sido entregue aos governos do Equador e dos EUA.

A irritação de Lenín Moreno

O presidente equatoriano, Lenín Moreno, acolheu o pedido do governo dos EUA e suspendeu o asilo político que fora dado a Julian Assange. O passo seguinte foi autorizar a sua prisão na embaixada. Moreno se irritara porque o criador do WikiLeaks criticou governos amigos do Equador.

SAÚDE
Medicações já não derrotam a tuberculose

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EPIDEMIA Na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, há 300 casos a cada cem mil pessoas: prova de que a doença associa-se a condições socioeconômicas

A tuberculose no Brasil era uma bomba relógio. Explodiu. Especialistas alertaram para o aumento da incidência da doença mas a cartolagem da saúde em Brasília não ouviu. Na semana passada, as autoridades admitiram a gravidade: 73,2 mil infecções foram registradas em 2017 (cerca de 200 diariamente). E tripliciou o índice de infecções multirresistentes aos antibióticos (três casos por dia). Por que o bacilo de koch ganha a guerra? Porque ele sobrevive e se multiplica em calamitosas condições socioeconômicas, como as do País: moradias sem circulação de ar, pessoas convivendo em becos e cortiços.

RELIGIÃO
Brasileiro milagroso

O padre Donizetti Tavares de Lima (1882-1961) tornou-se o 53º brasileiro a ser considerado beato pelo vaticano – o próximo passo é a sua canonização, ou seja, ele ser elevado a santo. O papa Francisco reconheceu, após ouvir cientistas e teólogos, que teria sido graças a sua intersseção que o garoto Bruno Henrique Arruda de Oliveira, nascido com a doença “pé torto congênito bilateral”, alcançou a cura. Bruno está hoje com doze anos e não há tratamento médico para a enfermidade que possuía. Padre Donizetti (foto) nasceu na cidade mineira de Cássia, mas passou a maior parte de sua vida no município de Tambaú, em São Paulo.

POLÍTICA
Selma Arruda, do PSL, é cassada por abuso de poder econômico

A ex-juíza e senadora Selma Arruda, do PSL, teve seu mandato cassado na quarta-feira 10 pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. Motivo: abuso de poder econômico e prática de caixa dois nas eleições do ano passado — os gastos não declarados por Selma equivalem, segundo a Justiça, a 72% de tudo que ela gastou na campanha. Traduzindo porcentagem em dinheiro, Selma omitiu R$ 1,2 milhão. Cabe recurso da decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Selma fez a sua campanha tecendo constantes elogios ao ex-juiz e hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, sendo chamada de “Moro de saia”. Os seus dois suplentes também tiveram os mandatos cassados.

 

 


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