Julgamento por ‘espionagem’ contra ex-ministro de Cuba começará na terça

O julgamento do ex-ministro da Economia de Cuba Alejandro Gil, destituído em 2024 e acusado de “espionagem” e de diversos crimes econômicos, começará nesta terça-feira (11) em Havana, informou o Supremo Tribunal da ilha.

Em Cuba, o crime de espionagem é punido com penas de prisão que variam de 10 a 30 anos, podendo chegar à prisão perpétua ou até à pena de morte.

“A audiência oral do processo em que aparece como acusado Alejandro Miguel Gil Fernández” começará na manhã de terça-feira “na Sala de Crimes contra a Segurança do Estado do Supremo Tribunal Popular”, informou o principal órgão judicial do país em um breve comunicado publicado na segunda-feira em seu site.

O Tribunal destacou que, “por razões de segurança, participarão do julgamento apenas as partes e as pessoas autorizadas pelo tribunal”, o que indica que o processo ocorrerá a portas fechadas.

O texto não informou quantos dias o julgamento deve durar, nem se Gil será julgado primeiro pelo crime de espionagem e depois pelos demais delitos que lhe são atribuídos.

Em fevereiro de 2024, Gil, então ministro da Economia e do Planejamento, foi destituído em meio à crise provocada pelo anúncio do aumento no preço dos combustíveis. Pouco depois, as autoridades cubanas anunciaram que ele estava sob investigação por cometer “graves erros” em sua gestão, sem fornecer mais detalhes.

Em um comunicado emitido na noite de 31 de outubro, o Ministério Público cubano anunciou que havia solicitado que o ex-ministro e outros acusados, cujas identidades não foram reveladas, fossem condenados a penas de prisão “pelos crimes de espionagem e atos em prejuízo da atividade econômica”.

O comunicado também mencionou os crimes de “peculato, suborno, falsificação de documentos públicos, evasão fiscal, tráfico de influência, lavagem de dinheiro, violação das normas de proteção de documentos sigilosos e subtração ou dano de documentos ou outros objetos sob custódia oficial”.

O Ministério Público não indicou quem teria sido o possível beneficiário das supostas atividades de espionagem do ex-ministro, nem detalhou as acusações individuais contra cada réu.

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