O julgamento dos atentados terroristas que mataram 130 pessoas em novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis terminou nesta segunda-feira, após quase 10 meses de processo, e o veredicto deve ser anunciado na quarta-feira (29) à tarde.

Os acusados falaram pela última vez, incluindo o único integrante vivo dos comandos que deixaram um rastro de sangue no Stade de France, ao norte de Paris, em bares da capital e na casa de espetáculos Bataclan.

“Cometi erros, é verdade, mas não sou um assassino e se for condenado por assassinatos, vocês cometeriam uma injustiça”, disse ao tribunal Salah Abdeslam, que pode ser condenado à prisão perpétua sem direito a liberdade condicional, a maior pena previsa pela justiça da França.

O francês de 32 anos pediu novamente desculpas aos sobreviventes e parentes das vítimas: “Alguns dirão que não são sinceras, que é uma estratégia (…) como se as desculpas pudessem ser insinceras diante de tanto sofrimento”.

Na sexta-feira, durante as alegações finais, os advogados afirmaram que a prisão perpétua seria “uma pena de morte social” e uma sentença “excessiva”. Eles destacaram que Abdeslam renunciou a explodir a carga presa ao seu corpo na noite do ataque.

Os outros réus também insistiram nos “arrependimentos” e “pedidos de desculpas”. Alguns expressaram “condolências” às vítimas e agradeceram a seus advogados. Muitos afirmaram “confiar na justiça”.

“A audiência foi suspensa e será retomada na quarta-feira 29 de junho de 2022 a partir das 17H00 (12H00 de Brasília), quando se espera o veredicto”, anunciou o juiz Jean-Louis Périès, ao final do 148º dia do processo.

As penas solicitadas contra os 20 acusados vão de cinco anos de prisão até prisão perpétua sem liberdade condicional para Abdeslam e dois ex-dirigentes do grupo Estado Islâmico, que são considerados mortos na região da Síria e Iraque.

Os atentados de 2015 aconteceram em um contexto de ataques na Europa, enquanto uma coalizão internacional lutava contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque. Milhares de sírios chegavam por sua vez ao continente europeu para fugir da guerra em seu país.