O julgamento de quatro jornalistas turcos, incluindo o fotógrafo da AFP Yasin Akgül, detidos durante as manifestações da oposição em março, foi adiado nesta sexta-feira (24) para o dia 27 de novembro pelo tribunal penal de Istambul, constatou a AFP.
Os repórteres detidos cobriam a onda de protestos desencadeada pela detenção do prefeito de Istambul e principal rival do presidente Recep Tayyip Erdogan, Ekrem Imamoglu, que permanece detido.
Os jornalistas foram libertados após vários dias de detenção.
Além do fotógrafo da Agence France-Presse, também foram convocados a comparecer o fotógrafo independente Bulent Kiliç, o repórter do canal Now Haber Ali Onur Tosun e a jornalista independente Zeynep Kuray.
“Sou jornalista há quinze anos, mas nunca havia sido detido em minha casa, ao amanhecer, sob o olhar dos meus filhos”, declarou Yasin Akgül ao tribunal.
“Estes jornalistas estavam apenas fazendo o seu trabalho, não há crime algum”, afirmou o advogado deles, Me Kemal Kumkumoglu, ao tribunal, solicitando a absolvição.
Milhares de manifestantes e mais de uma dezena de jornalistas, assim como advogados, foram detidos durante estas manifestações multitudinárias. Eles foram acusados de violar a lei sobre manifestações e reuniões públicas e, em teoria, enfrentam penas de até três anos de prisão.
“O dossiê de acusação contra o nosso fotógrafo [Yasin Akgül], que apenas fazia o seu trabalho cobrindo eventos de interesse público, está vazio”, declarou Phil Chetwynd, diretor de Informação da AFP, afirmando que a agência “espera a sua absolvição total”.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou uma “conspiração para encobrir a brutalidade policial” exercida durante as manifestações.
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