ROMA, 22 AGO (ANSA) – Uma juíza federal de Miami, nos Estados Unidos, ordenou na última quinta-feira (21) o fechamento do centro de detenção Alligator Alcatraz, destinado a imigrantes ilegais no país. A sentença estabeleceu o prazo de 60 dias para a suspensão total das atividades do complexo, o qual fica proibido de receber novas transferências durante o período.
A decisão da juíza distrital Kathleen Williams baseia-se em uma ordem de restrição temporária emitida há duas semanas, que interrompeu reformas de ampliação do espaço, que foi reativado em junho de forma improvisada, com beliches, celas e tendas dispostas em um campo de aviação abandonado nos pântanos de Everglades, na Flórida, lar de uma grande população de jacarés.
Segundo Williams, a instalação causa danos graves e irreparáveis à área natural pantanosa, representando uma vitória significativa para grupos ambientalistas e alguns membros de povos originários locais, que entraram na Justiça contra o Estado e o governo federal.
A juíza concordou que a “construção às pressas” do complexo danificou as áreas úmidas sensíveis de uma reserva nacional e colocou ainda mais em risco espécies protegidas a nível nacional.
“Esta é uma vitória histórica para os Everglades e para inúmeros americanos que acreditam que esta natureza ameaçada deve ser protegida, não explorada”, disse Eve Samples, diretora executiva da Friends of the Everglades, uma das organizações que entraram com a ação judicial.
Ao mesmo tempo, a nova medida afeta o programa de detenção e deportação do governo de Donald Trump contra imigrantes. O republicano afirmou que o Alligator Alcatraz era destinado a “algumas das pessoas mais cruéis do planeta”, ainda que centenas de seus detentos não tenham antecedentes criminais ou acusações pendentes. Desde junho, três italianos detidos nos EUA foram transferidos para o presídio e, ao menos dois, foram deportados posteriormente.
O Alligator Alcatraz era considerado ideal pelas autoridades da Flórida para garantir segurança máxima e dificultar qualquer tentativa de fuga de imigrantes ilegais sob custódia. (ANSA).