Uma juíza do distrito de Las Vegas, no estado americano de Nevada, rejeitou um processo de estupro movido contra o astro português Cristiano Ronaldo, punindo a equipe jurídica por trás da denúncia, segundo uma sentença judicial à qual a AFP teve acesso neste sábado.

A magistrada Jennifer Dorsey não acolheu a ação apresentada por Kathryn Mayorga, que alega ter sido abusada pelo jogador em um quarto de hotel em Las Vegas em 2009.

Cristiano Ronaldo, de 37 anos, sempre negou as acusações e alegou que a relação com a mulher foi consensual.

A justiça dos Estados Unidos já tinha decidido em 2019 não processar o português por falta de provas.

No caso civil, um juiz tinha recomendado em outubro do ano passado arquivar a denúncia de Mayorga, ao considerar que esta se baseava em parte em documentos vazados à imprensa pelo site “Football Leaks” que não deveriam ter estado em seu poder.

Tais documentos continham comunicações entre o atacante e seus advogados, protegidas por lei nos EUA.

O tribunal federal de Nevada seguiu as recomendações do juiz pelas mesmas razões, embora tenha declarado que reconhecia a “gravidade” de sua decisão para a autora da ação.

Em uma decisão de 42 páginas, a juíza Dorsey acusou os advogados da mulher de “abusos e evasão flagrante do processo de litígio adequado” e considerou como resultado que Mayorga “perde sua oportunidade de continuar com este caso”.

Em 2009, a denunciante chamou a polícia de Las Vegas para denunciar um estupro, mas se negou a identificar seu agressor.

Pouco depois, foi organizada uma “mediação privada” com os representantes do jogador, que terminou com uma transação em 2010 de US$ 375 mil em troca da absoluta confidencialidade sobre os supostos termos do acordo, assim como a retirada da denúncia.

Para os atuais advogados de Mayorga, o acordo não deveria ter validade, pois alegam que sua cliente foi pressionada na época e estava traumatizada.

O processo apresentado em Las Vegas exigia uma indenização de US$ 200 milhões.

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