Um juiz militar dos Estados Unidos restabeleceu acordos de confissão de culpa com o mentor do 11 de Setembro, Khalid Sheikh Mohammed, e dois outros réus, disse uma fonte de alto escalão nesta quinta-feira (7), três meses depois de o secretário de Defesa, Lloyd Austin, ter descartado os pactos.

O acordo, que supostamente elimina a possibilidade da pena de morte, provocou indignação entre alguns familiares das vítimas dos ataques de 2001, e Austin afirmou que eles e a população americana mereciam ver os réus serem julgados.

“Posso confirmar que o juiz militar decidiu que os acordos prévios ao julgamento para os três réus são válidos e executáveis”, disse o funcionário americano à AFP sob a condição de anonimato.

A Promotoria pode recorrer da decisão, mas não ficou imediatamente claro se o fará.

Os acordos de confissão de culpa com Mohammed e dois supostos cúmplices foram anunciados no final de julho, em uma medida que parecia ter levado os seus casos a uma resolução, depois de anos presos em manobras pré-julgamento enquanto os réus permaneciam detidos na base militar dos EUA em Guantánamo, no território de Cuba.

No entanto, Austin voltou atrás dois dias depois do anúncio, dizendo que a decisão deveria caber a ele devido à sua importância.

Mais tarde, disse aos repórteres que “as famílias das vítimas, nossos membros do serviço e o público americano merecem a oportunidade de ver os julgamentos da comissão militar conduzidos neste caso”.

Grande parte das disputas judiciais em torno dos casos destes homens centrou-se em saber se eles poderiam ter um julgamento justo depois de terem sofrido torturas nas mãos da CIA nos anos após o 11 de Setembro, uma questão espinhosa que os acordos de confissão de culpa teriam evitado.

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