08/06/2016 - 20:58
O juiz Matheus Gaspar, da 4ª Vara de Execuções Penais da Justiça Federal em Foz do Iguaçu (PR), determinou nesta quarta-feira, 8, a transferência do agente da Polícia Federal Newton Ishii, o Japonês da Federal, para o Centro de Operações Especiais (Cope) da Polícia Civil do Paraná, em Curitiba. Ishii está detido na sede da Superintendência da PF em Curitiba, base da Lava Jato, desde terça-feira, 7, quando recebeu o mandado de prisão.
O Japonês da Federal foi condenado em 2009 pela Justiça Federal no Paraná por corrupção e descaminho, ao supostamente facilitar a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. A condenação foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março deste ano. A Corte determinou pena de quatro anos e dois meses de prisão. Como não existe casa de albergado no Estado do Paraná para o cumprimento de pena em regime semiaberto, o que é comum em caso de condenações de menos de seis anos, o juiz Matheus Gaspar, da Vara de Execuções Penais, determinou que o agente da PF fique custodiado no Cope.
Inicialmente, o magistrado havia determinado que Ishii fosse para um presídio estadual no Paraná, mas o delegado regional executivo da PF no Paraná, José Washington Luiz Santos, solicitou que o agente permanecesse na Superintendência da PF ou, então, fosse transferido para o Cope, que possui estrutura para receber policiais que cometem crimes. Ainda não há previsão para a transferência de Ishii, que ocupa uma sala separada, mas a expectativa é que ele seja transferido para o Cope até sexta-feira, 10.
Newton Ishii ficou conhecido como Japonês da Federal ao escoltar presos e investigados da Operação Lava Jato. Atualmente no cargo de chefe substituto de Operações Especiais da Polícia Federal em Curitiba, ele fica lotado na sede da PF na capital paranaense e é responsável pela logística e escolta de presos. Ele estava trabalhando nesta terça, 7, quando foi notificado da decisão e se entregou espontaneamente.
Diferentemente dos presos da Lava Jato que ele ajudou a conduzir para a PF em Curitiba ao longo das 30 fases da operação de combate à corrupção, Ishii está em uma de sala separada na sede da Polícia Federal e não na carceragem.
O agente foi um dos 23 policiais federais alvos da Operação Sucuri, deflagrada em 2003 para apurar um esquema formado por agentes da PF e da Receita Federal que facilitava o contrabando de produtos ilegais na fronteira com o Paraguai em Foz do Iguaçu (PR).
Ishii responde a três processos, derivados da Operação Sucuri, sendo um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa.
Figura sempre presente nas prisões da Operação Lava Jato, Newton Ishii ganhou marchinha de carnaval, boneco de Olinda e máscara.
A reportagem entrou em contato com o advogado de Newton Ishii, que não estava no escritório.