O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, intimou o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci para depôr no dia 18 de março em ação, no âmbito da Operação Zelotes, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu pelos crimes de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro na compra de caças Gripen pelo governo federal em 2012.

Palocci citou Lula em delação premiada, atribuindo ao ex-presidente suposto “pacto de sangue” com a empreiteira Odebrecht no valor de R$ 300 milhões. O ex-ministro envolveu ainda seu antigo companheiro em propinas nas obras de Belo Monte.

Vallisney também convocou o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para depor no mesmo dia.

Além de Lula, são réus na ação seu filho Luis Cláudio Lula da Silva e o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

Os depoimentos de Palocci e Jobim na ação haviam sido suspensos liminarmente, após pedido da defesa de Lula, pelo desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional da 1ª Região, em novembro do ano passado.

Denúncia

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Na denúncia, apresentada em 2016, o Ministério Público Federal acusou os réus por “negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen, por cerca de R$ 5,4 bilhões, pelo governo brasileiro e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627”.

Os procuradores afirmam que os crimes aconteceram entre 2013 e 2015, quando Lula, já ex-presidente, “integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M)”.

Em troca, afirma a denúncia, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luis Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões.

Em maio de 2017, o mesmo juiz Vallisney rejeitou um pedido da defesa de Lula para absolvição sumária do ex-presidente na ação.


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