Por Brian Ellsworth e Sarah N. Lynch

(Reuters) – Um juiz norte-americano disse nesta quinta-feira que está inclinado a divulgar algumas das evidências apresentadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos para justificar sua busca na casa do ex-presidente Donald Trump na Flórida, na semana passada, em um caso que coloca organizações de notícias contra promotores federais.

Apesar das objeções do Departamento de Justiça, o juiz Bruce Reinhart disse acreditar que “há partes da declaração que podem ser abertas”, referindo-se à declaração juramentada que apresenta as evidências que justificaram uma causa provável para uma busca na casa de Trump. 

Ele ordenou que o Departamento de Justiça divulgue uma versão editada do depoimento sob sigilo até o meio-dia da próxima quinta-feira, mas disse que o Departamento de Justiça terá a oportunidade de recorrer caso os promotores não concordem com sua versão proposta.

A ordem de Reinhart parecia marcar uma vitória para os meios de comunicação, que compareceram ao tribunal federal em West Palm Beach na quinta-feira para persuadir o magistrado de que o interesse público no depoimento supera os benefícios de mantê-lo sob sigilo.

O Departamento de Justiça se opõe à divulgação das provas.

Jay Bratt, chefe da seção de contrainteligência e controle de exportação do Departamento, disse ao juiz nesta quinta-feira que divulgar a declaração não é de interesse público porque pode prejudicar a investigação em andamento.

“Há outro interesse público em jogo e esse é o interesse público de que as investigações criminais possam avançar sem impedimentos”, disse.

A busca fez parte de uma investigação federal sobre se Trump removeu ilegalmente documentos quando deixou o cargo em janeiro de 2021, depois de perder a eleição presidencial para o democrata Joe Biden.

O Departamento de Justiça está investigando violações de três leis, incluindo uma disposição da Lei de Espionagem que proíbe a posse de informações de defesa nacional e outra lei que considera crime destruir, ocultar ou falsificar registros com a intenção de obstruir uma investigação.

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