O juiz de Nova York que preside o processo contra o mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán, considerado o maior narcotraficante do mundo, negou nesta quinta-feira (8) seu pedido para cumprimentar e abraçar sua esposa na próxima terça-feira, quando realmente começar o julgamento.

“A corte é solidária com o pedido” do acusado, sua conduta sob duras condições de prisão “foi exemplar” e “mostrou uma graça considerável sob pressão”, disse o juiz Brian Cogan em uma carta.

Mas as restrições já impostas a todo contato com sua mulher, Emma Coronel, de 29 anos, têm como objetivo “impedir que o acusado coordene qualquer fuga da prisão ou dirija um ataque contra pessoas que possam estar cooperando com o governo”, afirmou.

“Isso é especialmente verdadeiro na véspera do julgamento, quando o acusado pode se dar conta ainda mais da realidade das consequências que enfrenta se for condenado, e sua motivação para fugir ou ameaças a testemunhas pode ser maior”, indicou o magistrado.

“El Chapo” tinha pedido ao juiz que tomasse um “gesto humanitário” e lhe permitisse cumprimentar brevemente sua esposa na próxima terça-feira, “talvez um abraço”.

Acusado de traficar 155 toneladas de cocaína aos Estados Unidos ao longo de 25 anos e protagonista de duas fugas espetaculares de prisões mexicanas, “El Chapo”, de 61 anos, foi extraditado há quase dois anos e pode pegar prisão perpétua.

Desde então, a Justiça não lhe permite receber visitas de sua mulher Emma Coronel, que assistiu a quase todas as suas audiências na corte. Eles tampouco podem se falar ao telefone.

O ex-chefe do cartel de Sinaloa, que foi o homem mais procurado pelos Estados Unidos durante anos, recebe apenas seus advogados na prisão de Manhattan, onde está isolado 23 horas por dia, bem como suas filhas gêmeas de 7 anos, mas sempre com uma barreira de vidro entre eles.

“Pode ser um breve abraço na corte diante do todo mundo, separados pela barreira. O processo total não levaria mais que dois segundos”, tinha indicado a advogada de “El Chapo”.