O juiz de instrução do caso do ex-ministro de Segurança Interior do México Genaro García Luna concordou, nesta segunda-feira (3), em adiar em três meses o anúncio da sentença, depois que a defesa pediu mais tempo para analisar novas provas.

Com o adiamento, a sentença será anunciada em 27 de setembro, e não mais em 27 de junho, como anunciou o juiz Brian Cogan ao final do julgamento. O júri considerou Genaro García Luna culpado das cinco acusações (quatro de narcotráfico e uma de falsificação de documentos) apresentadas contra ele pelas autoridades americanas.

A promotoria foi contra a mudança de data.

Em uma carta datada de 3 de abril, o advogado César de Castro solicitou ao juiz um “adiamento de três meses” no calendário previsto até a sentença para permitir que a defesa “seguisse analisando provas” a favor de seu cliente.

A defesa tinha prazo de 45 dias para apelar da decisão do júri, que também foi prorrogado até 7 de julho, e a resposta da promotoria, até 18 de agosto.

Desde o veredicto, em 21 de fevereiro, “vários indivíduos, incluindo ex-agentes da lei, [nos] colocaram em contato com novas provas potencialmente favoráveis à defesa, que poderiam resultar na apresentação de uma moção”, a fim de que um novo julgamento seja realizado, assegura Castro.

“Depois de tudo, o governo não se vê prejudicado de modo algum”, pois García Luna “permanecerá detido” como tem estado desde que foi preso em dezembro de 2019 no Texas.

Esse engenheiro mecânico de 54 anos, o ex-funcionário público mexicano de mais alto escalão a se sentar no banco dos réus da justiça americana, foi acusado de proteger o cartel de Sinaloa de Joaquín Chapo Guzmán em troca de propinas milionárias para enviar drogas aos Estados Unidos de 2001 a 2012.

O ex-ministro pode ser condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos.

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