A justiça dos Estados Unidos condenou nesta quarta-feira (19) Claudia Díaz Guillén, ex-enfermeira do falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, a 15 anos de prisão, por lavagem de propina obtida quando era tesoureira do governo de Caracas, entre 2011 e 2013.

Seu marido, Adrián Velásquez Figueroa, ex-segurança de Chávez, também foi condenado a 15 anos no mesmo caso, sentenciado em um tribunal federal de Miami, no sudeste dos Estados Unidos.

Um júri os declarou culpados em dezembro por lavar dinheiro recebido do empresário Raúl Gorrín, proprietário e presidente do canal venezuelano Globovisión e fugitivo da justiça americana.

O caso também envolvia Alejandro Andrade Cedeno, que foi tesoureiro do governo venezuelano entre 2007 e 2010.

Segundo a acusação, Gorrín pagou milhões de dólares na Flórida a Andrade, Díaz e Velásquez, em troca de poder realizar transações de câmbio de moeda estrangeira a taxas favoráveis sob a autoridade do Tesouro venezuelano.

O esquema fez com que Gorrín ganhasse centenas de milhões de dólares e permitiu que Andrade, Díaz e Velásquez mantivessem um estilo de vida luxuoso com iates, aviões privados, cavalos de corrida e relógios, entre outros.

Andrade saiu da prisão em fevereiro de 2022 após se declarar culpado e colaborar com a justiça. Ele havia sido condenado a 10 anos de cárcere em 2018.

Seu testemunho foi fundamental para desvendar o caso que ocorreu durante o governo de Hugo Chávez, presidente da Venezuela de 1999 até sua morte em 2013.

Os Estados Unidos continuam investigando casos de corrupção no governo venezuelano.

O empresário colombiano Alex Saab, próximo ao presidente Nicolás Maduro, está sendo julgado em Miami por outro caso de lavagem de dinheiro.

Sua extradição para a Flórida de Cabo Verde em outubro de 2021 enfureceu o Executivo de Maduro, que alegou sem sucesso que Saab não poderia ser preso ao viajar com um título de embaixador venezuelano.

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