A Justiça argentina ordenou nesta terça-feira que todas as instituições financeiras do país informem sobre as contas bancárias do presidente Mauricio Macri, em virtude das suspeitas por revelações dos “Panama Papers”, anunciaram fontes judiciais.

As companhias financeiras deverão reportar ao Banco Central dados sobre o movimento de contas em nome de Macri, como titular ou dependente, de 1º de janeiro de 2016 até agora, segundo a resolução do juiz Sebastián Casanello. O chefe de Estado assumiu em 10 de dezembro.

Macri declarou publicamente que não tem “nada a esconder” e que se coloca “à disposição da justiça”. O presidente é investigado por Casanello por causa de uma suposta “omissão maliciosa” de bens em empresas radicadas em paraísos fiscais do Panamá e das Bahamas.

O magistrado também enviou solicitações para Uruguai, Reino Unido, Irlanda, Panamá e Brasil, pedindo que informem sobre empresas da família Macri, dona de um poderoso império de negócios.

A revelação de que o presidente figura em duas sociedades ‘offshore’ como alto-executivo foi produto da divulgação internacional de documentos do escritório panamenho de advogados Mossack Fonseca, por parte do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e do jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

Casanello enviou na semana passada despachos ao Panamá e às Bahamas para que informem sobre as sociedades de Macri.

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