Aos 32 anos, o judoca francês Teddy Riner garante que não sente “nenhuma pressão” no início de sua preparação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas não esconde que sonha em conquistar “a mais bela das medalhas” diante de sua família.
No Rio de Janeiro, onde iniciou seu primeiro grande treinamento no exterior na sexta-feira, após uma pausa de seis meses depois dos Jogos de Tóquio, o dez vezes campeão mundial, que voltará a competir em julho em Budapeste, confidenciou em entrevista à AFP que quer “acima de tudo se divertir”.
Em Paris, ele sonha em conquistar sua terceira medalha de ouro olímpica individual. No ano passado, no Japão, ele se contentou com o bronze, antes de contribuir para o ouro por equipes para a França.
PERGUNTA: Como você se sente no início da preparação para as Olimpíadas de 2024 em Paris, sua casa?
RESPOSTA: “É maravilhoso pensar que estamos treinando, que estamos começando a preparação e que desta vez será em Paris! Toda a minha família, todos os meus amigos estarão no estádio. Será como um pulmão extra.
Mas não sinto pressão. Há um longo caminho a percorrer. Você tem que treinar, porque não quero decepcionar, mas acima de tudo quero me divertir muito nesta última competição”.
P: Esta será realmente sua última competição?
R: “Claro que sim, no final você tem que saber ser realista. (Última medalha de ouro em Paris) seria a apoteose, é claro, mas aconteça o que acontecer não ficarei decepcionado. Tive a corrida que tive e agradeço a todos que me ajudaram a conseguir isso.
Agora é um acréscimo, é a gula. Sem estresse. Gosto de ganhar e vou dar o meu melhor. Quero transcender e brilhar diante do meu público, ganhar as medalhas mais bonitas, mas o que tiver que ser, será”
P: Como está a recuperação após esse intervalo de seis meses?
R: “Estamos em um bom momento, fizemos o que era necessário com antecedência e vamos mostrar um crescendo. Retomei totalmente os treinos no início de janeiro, conforme planejado, mas este é realmente o ponto de partida, o primeiro grande treino no exterior. E não escolhemos a menor escola, escolhemos os brasileiros. Viajo para países que amo, países onde a escola de judô é forte.”
P: Você se manteve em forma durante essa pausa? Quantos quilos ganhou?
R: “(Meu peso) subiu para 154, 156 quilos. Eu me cuido e agora neste treino estou com 148, 149 quilos, dez a mais do que na época dos Jogos de Tóquio (o peso ideal dele era em torno de 140 quilos). Durante os 6 meses após os Jogos, continuei com a preparação física, continuei treinando, por isso estou bem.
Por isso também não queria parar completamente depois dos Jogos, para não sofrer as mesmas consequências dos ciclos anteriores. Eu estava ganhando muito peso, estava parando e depois foi mais complicado (depois dos Jogos Rio-2016, ultrapassei 160 kg em uma pausa semelhante)”.
P: Você teve algum cuidado especial em relação às suas lesões antes dos Jogos de Tóquio, principalmente no joelho?
R: “Ainda tenho cuidado, faço prevenção. Quando se é um atleta de elite, em certa idade, é melhor prevenir do que remediar. Especialmente em locais onde houve lesões, como o ligamento cruzado do joelho esquerdo. Não vou mentir, não tenho o corpo que tinha dez anos atrás, me fazem infiltrações com muita frequência porque em alguns lugares não tem mais cartilagem. É um ótimo trabalho de prevenção, como uma obra”.
P: Você se sente um pouco em casa aqui no Rio?
R: “Eu amo o Rio, foi aí que tudo começou (primeiro título mundial em 2007, aos 18 anos). O Brasil, seu povo acolhedor, ama esse esporte. É sempre um prazer vir aqui. Até comprei um apartamento em Copacabana”.
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