Judeus ultraortodoxos saíram às ruas porque não querem ir para o exército. Milhares de manifestantes entraram em confronto com a polícia no centro de Jerusalém.

No final de junho, a Justiça de Israel decidiu acabar com a isenção do serviço militar para os ultraortodoxos, que representam cerca de 13% da população do país.

“Acho que, em Israel, precisamos tanto de um exército [de soldados] quanto de um exército de gente sentada estudando a Torá”, opina Naom Meghnagi, um manifestante.

O processo de recrutamento seria gradual, começando com 3 mil jovens de um total de 63 mil judeus que até então estavam isentos do alistamento.

Em Israel, o serviço militar de até 30 meses é obrigatório para a maioria dos homens e mulheres. A exceção para os ultraortodoxos se tornou polêmica especialmente após o início da guerra em Gaza.

Mas a decisão da Suprema Corte pode trazer problemas para o governo de coalizão do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Isso porque a sobrevivência dele depende do apoio de dois partidos ultraortodoxos, o Shas e o Judaísmo Unido da Torá (JUT).

Para os analistas, essa mudança histórica é uma bomba-relógio numa sociedade já bastante polarizada.