Líderes judeus e muçulmanos lançaram, neste sábado (27), um apelo à paz a partir da cidade bósnia de Srebrenica, por ocasião do Dia Internacional em Memória do Holocausto, enquanto seguem os combates violentos na Faixa de Gaza.

Uma “iniciativa judaico-muçulmana pela paz” foi assinada no Centro Memorial do Genocídio de Srebrenica pelo presidente da Federação Mundial das Associações Bergen-Belsen e advogado americano Menachem Rosensaft, e pelo chefe religioso dos muçulmanos da Bósnia, Husein Kavazovic.

“Nos unimos na dor. Nossas lágrimas se tornam orações de lembrança e também de esperança”, disse na cerimônia Rosensaft, que também é conselheiro geral emérito do Congresso Judaico Mundial.

Ele acrescentou que a celebração em memória das vítimas do Holocausto e do massacre de Srebrenica é a oportunidade e o “local” ideal para um compromisso “comum” destinado a “impedir que os horrores dos quais lembramos aqui nunca se repitam”.

“Lembramos dos seis milhões de judeus inocentes mortos e de vários milhões de outras vítimas da ideologia fascista e nazista”, afirmou o grão-mufti bósnio Husein Kavazovic.

Em julho de 1995, meses antes do fim da guerra intercomunitária na Bósnia (1992-95), cerca de 8.000 homens e adolescentes muçulmanos bósnios foram mortos em Srebrenica pelas forças sérvias da Bósnia, um crime qualificado como genocídio pela Justiça internacional.

Mais de seis milhões de judeus europeus foram mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, dos quais 12.000 na Bósnia, quase toda a comunidade local.

Em sua iniciativa pela paz, os autores pedem para “forjar o caminho da reconciliação” e “construir ativamente a paz”, lamentando tanto as vítimas do violento ataque perpetrado pelo movimento islamista Hamas contra Israel, quanto as vítimas palestinas da resposta israelense em Gaza.

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