O ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda José Roberto Mendonça de Barros destacou nesta segunda-feira, 28, a importância das reformas recentes realizadas no Brasil, destacando em especial a fiscal, a trabalhista, a da previdência e as que envolvem o Banco Central. “Não vai ter volta atrás nas reformas, por mais que o governo atual queira fazer. Porque o governo não tem força no Congresso. Quando olho notícia da volta do imposto sindical, nem leio porque não é relevante”, afirmou há pouco, em participação no Warren Institutional Day, nesta tarde, em São Paulo. Porém, embora “não aprove ‘parabéns a você’ se o Congresso não quiser”, o Executivo está forte do ponto de vista econômico.

No ajuste fiscal, ele destacou que, no plano federativo, vários estados melhoraram a gestão das contas, levando o Tesouro a inclusive melhorar as notas daqueles entes. “Ficou para trás ideia de quem faz gestão irresponsável é reeleita”, disse, citando o ex-governador do Espírito Santo

Paulo Hartung, segundo o qual “cuidar das contas é cuidar das pessoas”. “Não tem mais espaço para politicas populistas”, disse Mendonça de Barros.

Na reforma trabalhista, ele ressalta que é o que está por trás da resiliência do mercado de trabalho. Avalia que a população jovem não mais vê o Estado como salvador e não têm como sonho ser funcionário público. “Querem mesmo é empreender”, disse. E emendou que a mudança na dinâmica geracional a vai exigir nova reforma da Previdência.

“A terceira reforma a se consolidar é a independência do BC”, disse. “É demonstração importante para quem olha o Brasil de fora. Subestimamos a forma como o agente lá fora olha o Brasil”, disse. Destacou ainda a regulação feita pelo BC. “O Pix não é só ganho de produtividade. É ganho na qualidade de vida”, observou.

Agora, resta saber como ficará a reforma tributária que, para o ex-secretário, se aprovada, “será um turning point” para o País.