Andando pela área de veleiros da Escola de Vela Lars Grael, localizada em Ilhabela, litoral norte de São Paulo, a grande presença de jovens chama a atenção. Com a realização da Copa Brasil de Vela, considerada por muitos a principal competição da vela brasileira de barcos monotipos, os atletas mais jovens se destacam nas regatas, que ocorrem desde quarta-feira (13) no local mais tradicional da prática da modalidade do país.

Organizada pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela), a competição conta com as principais classes olímpicas, pan-americanas e também competidores das categorias de base, a chamada vela jovem. Os ”novinhos” já saem do Optimist com 15 anos e buscam opções para seguir na carreira.

Os que se destacam já alcançam rajadas maiores e representam o Brasil em eventos internacionais. Para detectar esses talentos, a CBVela realiza em paralelo a Copa Brasil de Vela Jovem, que reúne as classes Bic Techno 293+ M/F, Laser Radial M/F, 420 Aberto e Fem., 29er M/F e HC 16 com Balão. Nesse ano muitos estão voltados para a classificação do Mundial da Juventude de Omã.

– Nós temos vários atletas jovens se destacando nessa Copa Brasil de Vela, estamos com uma bela renovação. Nosso programa de alto rendimento com a vela jovem tem sido um sucesso desde sua implementação em 2018 e temos vários nomes novos surgindo e treinando intensamente para estarem entre os melhores do mundo no próximo Mundial da Juventude, em 2022, no Omã – comentou o uruguaio Juan Sienra, Gerente Técnico CBVela.

E os olheiros da CBVela já começam o monitoramento nos campeonato estaduais e nacionais do Optimist, a classe de introdução à vela. Depois dos 15 anos, quando acaba o período no barquinho, muitos passam para classes como 420 ou Laser. Mas a lista acima tem uma série de categorias que se adequam ao biotipo e preferências dos mais novos.

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– Todo o nosso programa de alto rendimento trabalha em harmonia e equilíbrio. Os atletas da equipe principal trabalham com os das categorias de base. Esse intercâmbio de informação e experiências é fundamental.

– A gente tem um programa muito rico, o sucesso do esporte se passa na troca de experiências entre os atletas consagrados e os de categoria de base. Nós temos trabalhado muito intensamente isso na CBVela para proporcionar as melhores ferramentas tanto para os atletas de primeiro nível quanto para os que estão surgindo – completou Juan Sienra.

A competição, que reúne quase 200 atletas, foi criada pensando na preparação de velejadores para o ciclo olímpico dos Jogos do Rio 2016. Com grande adesão de atletas, inclusive velejadores estrangeiros, o evento se firmou.

Único campeão mundial de Optimist da história, Alex Kuhl, de 15 anos, está na classe 420 e projeta se classificar para o Mundial da Juventude de Omã 2021. ”Acabei de chegar na classe, mas se conseguir a classificação, eu vou treinar muito para quem sabe trazer mais uma conquista para o País”, contou.

Além dos jovens, a competição conta com grandes nomes como os representantes de Tóquio 2020 Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino (NACRA), Marco Grael (49er), Ana Barbachan (470), além dos campeões mundiais de Snipe Gustavo Abdulklech (Jr) e Juliana Duque (Feminino). Ana, que compete no 470 misto e segue em segundo lugar na competição, contou como é a troca de experiência com os velejadores mais novos.

– Sempre é muito bom estar junto com todo mundo, com as outras classes, misturar com os jovens também, sempre tem muita troca, muita diversão e a gente dá muita risada. A troca com os mais novos começa pelo material, sempre vem um outro pedir uma chave de fenda, um alicate, começa por aí. Mas além disso a gente troca experiências, conversa sobre regatas, sobre barcos – comentou Barbachan, que corre com sua dupla Rodrigo Duarte.

A Copa Brasil conta com as classes ILCA 7 (Masc.), ILCA 6 (Fem.), ILCA 6 (Masc.), 470 (Misto), 49er, Snipe (misto), Hobie Cat 16, Star, 420 (Aberto e Fem.), 29er (Masc e Fem), ILCA 4.7, HC 16 com balão (Misto), Dingue, e Bic Techno 293+ (Masc e Fem), Windsurf Formula Foil, Formula Kite, iQFoil, Finn e Nacra.


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