Jovens lotam Vaticano e exaltam avanços do papa Francisco

VATICANO, 26 ABR (ANSA) – Por Emanuela De Crescenzo – Os rostos jovens, marcados por poucas horas de sono, mochilas nas costas, jeans desgastados, mas entusiasmados, participativos e, sobretudo, com ideias claras. Os jovens do papa Francisco haviam planejado viajar a Roma para o Jubileu dos Adolescentes, porém se viram na praça chorando a partida do pontífice argentino.   

Estavam aos milhares na Praça São Pedro e na Via della Conciliazione, que ocuparam pacificamente quase por completo.   

Exigem paz, sonham com um mundo sem exclusões, onde a terra e o ar sejam respeitados, cultivam a esperança de um futuro melhor e que, após Francisco, venha um papa que siga seus passos sem abandonar seu legado.   

Os jovens chegaram de países como Argentina, Brasil, Itália, Estados Unidos, Alemanha, França, Albânia, Romênia, Polônia, Peru, África do Sul, Timor-Leste. Enquanto aguardavam o funeral, jogavam cartas, compartilhavam sanduíches embrulhados em papel alumínio ou descansavam nas calçadas.   

Quando a missa começou, mesmo distantes do caixão, aglomerados diante dos telões, acompanharam com atenção: alguns rezaram o Pai-Nosso de mãos erguidas, outros ajoelharam-se durante a comunhão. Tudo com simplicidade, sem ostentação.   

Nas primeiras fileiras da praça estavam os mais próximos do pontífice: os jovens da Scholas Occurrentes, projeto educativo fundado por Francisco em 2001. “Adeus pai, mestre e poeta”, dizia uma faixa. “O Papa foi um guia para alcançar a paz”, afirmou Antonino, 16 anos, natural de Marsala, na Itália.   

Giorgio, 20, escoteiro de Pescara, destacou que o pontífice abordou temas que a Igreja evitava, modernizou-a, tornou-a mais próxima dos jovens, como com as bênçãos a casais divorciados e homossexuais”.   

Nicol, romana de 20 anos, completou: “A história muda aos poucos, e ele a mudou. Foi corajoso sobre a Palestina”. Para Gianni, também de 20 anos, Francisco “entendeu que a Igreja precisava se reconectar com os fiéis”. Ao final do funeral, todos aplaudiram o caixão que deixava a praça. Alguns gritaram, outros acenaram. De forma simples, como se faz com um amigo.   

(ANSA).