Três jovens entraram em uma autoescola em São Luis (MA), para pesquisar preços, e foram tratados como assaltantes. O dono do local chegou a publicar em uma rede social que escapou de um assalto. Quando o trio descobriu essa publicação, resolveu processar o proprietário, que agora diz estar arrependido. As informações foram publicadas pelo portal Uol.

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Um dos 3 jovens, Jadilson Campos, contou que foi com os amigos tomar a vacina contra covid-19 e, quando estavam voltando, passaram na autoescola. Perguntaram os preços e saíram sem criar problemas.

Mas o dono da autoescola, Rafael Santos, usou a imagem dos jovens para alegar que quase foi assaltado, em uma publicação no status do WhatsApp. Até manifestou apoio ao presidente Jair Bolsonaro, concordando com ele que é preciso “cancelar o CPF das almas sebosas”. Cancelar o CPF é uma gíria usado por milicianos para se referir a morte de criminosos.

Jadilson ficou sabendo da publicação e começou a tomar atitudes para evitar problemas. “Quando o irmão de um dos meus amigos avisou dessa postagem. Eu fiquei com muito medo. Quando soube, fui logo pra casa e depois pra delegacia fazer o B.O, pra evitar da polícia ir atrás da gente, pra ficar sabendo logo que a gente não é bandido. Meu maior medo era apanhar na rua, algo assim”.

Depois o trio procurou uma advogada e entrou com processo contra Rafael, por crime contra a honra. A advogada alega também que pode se verificar os crimes de ameaça, calúnia, difamação e injúria racial, já que os jovens são negros.

Rafael fez uma retratação pública, em vídeo, no qual disse estar nervoso por causa de roubos recentes. Segundo a advogada, ele está disposto a fazer um acordo e pegar indenização aos jovens.