O influenciador João Cristofoli, de 25 anos, viralizou nas redes sociais por compartilhar seu tratamento depois de sofrer um acidente em março deste ano enquanto fazia entregas de monociclo. Em decorrência do ocorrido, o jovem sofreu um traumatismo cranioencefálico e teve que realocar parte do osso de seu crânio em seu abdômen.

No acidente, o influenciador ainda lesionou a clavícula e o joelho, além de ter os pulmões perfurados. De acordo com Cristofoli, o procedimento médico que removeu parte do seu crânio precisou ser conduzido após seu cérebro começar a sangrar e inchar, o que poderia causar uma pressão no órgão que o comprimiria e impediria o fluxo de sangue na estrutura.

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Entenda o procedimento

Segundo André Gentil, neurocirurgião do Hospital Israelita Albert Einstein, o procedimento é chamado de cranioectomia descompressiva e se torna preciso quando outras medidas não podem impedir o inchaço do cérebro. “A necessidade é identificada por exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, além de sinais clínicos de deterioração neurológica”, explica o médico.

Conforme o especialista, o inchaço do órgão pode ocorrer depois de um trauma ou um AVC (Acidente Vascular Cerebral). No momento em que o osso do crânio é retirado, é preciso realocá-lo em um local onde permaneça viável, prevenindo necrose e infecções, para poder ser inserido novamente na cabeça após o paciente ser tratado. “O mesmo objetivo pode ser atingido com um armazenamento em um banco de ossos”, pontua Gentil.

O neurocirurgião comenta que, no momento de ser reinserido no crânio, o osso é reposicionado na cabeça e fixado com mini-placas de titânio e mini-parafusos para garantir estabilidade. “Eventualmente, quando o osso do próprio paciente não pode ser reutilizado, o procedimento pode ser realizado com próteses de materiais sintéticos”, afirma.

João Cristofoli permaneceu três meses com o osso do crânio no abdômen até a estrutura ser reinserida em sua cabeça. “Agora vou aproveitar minha segunda chance na Terra”, declarou o jovem em um de seus vídeos publicados nas redes sociais após a cirurgia.

“Na maioria das vezes, os ossos realocados no abdômen suportam bem esse período e estão em boas condições quando reimplantados”, disse Gentil, acrescentando que o tempo para a cirurgia de reinserção ocorre por volta de três meses após a cranioectomia, mas o tempo pode variar de acordo com as particularidades de cada caso.

De acordo com o especialista, a cirurgia visa restaurar a integridade da caixa craniana, restabelecendo a proteção e a estética da estrutura localizada na cabeça. “Em alguns casos, conforme bem registrado na literatura médica, a restauração do crânio pode inclusive auxiliar no processo de melhora neurológica.”

Confira um vídeo de João Cristofoli:

@eujoaocrisExplicando por que eu estava com a cabeca cerrada 😱😱♬ som original – João Cris

**Estagiário sob supervisão