Jovem presa injustamente por 6 anos morre dois meses após deixar a prisão

Damaris Vitória Kremer da Rosa descobriu câncer no colo do útero durante período de detenção

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Damaris Vitória Kremer da Rosa Foto: reprodução/Instagram

Uma jovem de 26 anos morreu vítima de câncer apenas 74 dias após ser liberada da prisão por um crime que não cometeu. Damaris Vitória Kremer da Rosa ficou presa injustamente durante seis anos e morreu no dia 26 de outubro, em Balneário Arroio do Silva.

Ela havia sido acusada de participar do homicídio de Daniel Gomes Soveral, em 2018, mas foi considerada inocente pelo Tribunal de Júri do Rio Grande do Sul. Segundo informou a Justiça do RS à IstoÉ, foram avaliados três pedidos de soltura ao longo do período de detenção. O primeiro, em 2023, foi negado pelo magistrado da Comarca, pelo TJRS e STJ em sede de recurso.

No segundo pedido, em novembro de 2024, a defesa da ré alegava motivo de saúde, mas a decisão apontou que os documentos apresentados eram receituários médicos, sem apontar qualquer patologia existente e sem trazer exames e diagnósticos. Já em março de 2025 a prisão de Damaris foi convertida para prisão domiciliar com uso de tornozeleira, sendo expedido alvará de soltura.

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A decisão foi motivada pelo estado de saúde da jovem, diagnosticada com um tipo de câncer no colo do útero, necessitando de cuidado oncológico regular. Em abril de 2025, Damaris iniciou tratamento combinado de quimioterapia e radioterapia no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, sendo posteriormente transferida para o Hospital Regional em Rio Pardo. Ela estava na fase terminal da doença, acamada e recebendo cuidados paliativos.

Em agosto deste ano, o caso da jovem foi a julgamento e o Conselho de Sentença a absolveu das acusações de ter matado a vítima e ateado fogo no veículo em que o corpo estava, uma vez que não havia provas.