Um jovem morreu em Bogotá em meio a confrontos entre civis e a polícia, em um novo dia de protestos contra o governo da Colômbia, informaram as autoridades nesta quarta-feira (23).

Com este caso, já são duas mortes em dois dias de manifestações na capital, um dos principais focos da indignação popular que toma as ruas desde 28 de abril, em rejeição às políticas do presidente Iván Duque.

De acordo com o general Óscar Gómez, na terça-feira à noite os manifestantes tomaram com “violência” uma estação de transporte público no noroeste da cidade e a força anti-distúrbios interveio.

O jovem tinha “um ferimento na cabeça que aparentemente foi provocado com um elemento contundente. Ele foi transferido ao hospital de Suba (bairro) e aparentemente morreu no caminho”, disse Gómez à Blu Rádio.

Em um vídeo transmitido ao vivo nas redes sociais, são observados confrontos violentos. Quem grava, mostra um objeto ensanguentado, recolhendo-o do chão e guardando-o em uma bolsa. Os manifestantes afirmam que o ferimento foi provocado por um gás lacrimogêneo lançado pela tropa de choque.

Durante os protestos de segunda-feira, um homem de 32 anos também morreu no sul de Bogotá, supostamente por um objeto lançado a curta distância e que feriu seu peito.

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Segundo as autoridades civis e a Defensoria Pública, ao menos 63 pessoas morreram em mais de dois meses de manifestações. Duas das vítimas eram policiais.

“Dói na alma ver outro jovem morto”, escreveu no Twitter a prefeita de Bogotá, Claudia López. “A Polícia deve cumprir a Constituição (…). Os jovens não podem continuar sendo vítimas de abuso policial e bucha de canhão de radicalismos políticos”, acrescentou.

A ONU, os Estados Unidos e várias ONG internacionais denunciaram um uso desproporcional da força por parte dos agentes nos protestos.

A Human Rights Watch afirma ter “evidências credíveis” de que “a polícia matou ao menos 16 manifestantes ou pedestres com munições letais” e outros três “pelo uso indevido ou excessivo de gás lacrimogêneo”.

O que começou como um protesto contra um aumento de impostos em pleno auge da pandemia, desencadeou um movimento popular que exige uma reforma da polícia e um Estado mais solidário para lidar com os impactos econômicos do vírus, que elevou a pobreza de 37% para 42% da população.

Embora a frente mais conhecida das mobilizações tenha suspendido os protestos até 20 de julho, outros setores inconformados mantêm manifestações e bloqueios.


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