A jovem Renata de Assis, de 22 anos, foi vítima de uma bala perdida no último domingo (20), no bairro Rocha Miranda, na zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com a estudante de pedagogia, ela estava comemorando o aniversário de uma amiga, na calçada de um bar, quando sentiu uma pressão no ombro e viu que estava sangrando.

Conforme Renata, a primeira reação foi “limpar com um guardanapo” o local do ferimento. “Eu achei que fosse uma pedrada ou algo que tivessem jogado em mim. Disse à minha amiga que tinha levado um tiro como ‘forma de expressão’ pra ela entender que estava doendo muito”, contou a jovem, em entrevista à ISTOÉ.

Por conta da música alta, a jovem e os amigos não ouviram nenhum barulho de tiro. Renata disse também que não percebeu nenhuma movimentação estranha na região e, após fazer um curativo no local, ela continuou no pagode.

“Fiquei cantando e dançando por um tempo até começar a sentir muita dor. Aí fiquei sentada quieta. Quando acabou a comemoração, por volta das 2h da manhã, eu vim pra casa e de casa, minha mãe insistiu para eu ir ao médico”, explicou.

A jovem procurou atendimento médico na UPA da Penha, onde passou por um exame de raio-x. “E lá dava pra ver a bala. Até então, quem acreditou que era um tiro imaginou que fosse de raspão, pois o ferimento era bem pequeno”, disse Renata, que precisou ser transferida para o Hospital Getúlio Vargas.

Projétil não foi removido

Segundo a vítima, os médicos explicaram que a bala estava próxima a um nervo e que por conta disso era melhor que o projétil não fosse removido. Renata contou que o braço foi imobilizado com um tipoia e ela recebeu alta. No entanto, a jovem pretende passar com outro médico para ter certeza que pode ficar com a bala alojada no corpo.

Ainda conforme Renata, a Polícia Militar não chegou a ser acionada e ela não registrou boletim de ocorrência.

“O que mais me deixa assustada é que eu não sou muito de sair, não tenho o costume de frequentar bares e eventos. Fui neste dia pois era comemoração do aniversário de alguém muito especial pra mim. Se antes eu já não me sentia segura, agora muito menos. Como aconteceu numa calçada de um bar, poderia ter acontecido na calçada da minha casa”, desabafou a jovem.

No Twitter, um post de Renata sobre o assunto viralizou e teve mais de 200 mil curtidas. Ela tem respondido os curiosos, na maioria das vezes, em tom de brincadeira.

“Eu tenho feito tudo no melhor humor possível, mas o medo faz parte de mim agora. Nesse Rio de Janeiro, repleto de violência, você sai de casa sem saber se vai voltar. Graças a Deus eu voltei, porque a tal ‘bala perdida’ se achou no meu braço, mas poderia ter tirado a minha vida, como tira a vida de um monte de gente por aí. Me sinto triste, desprotegida e com muito medo”, concluiu Renata.