A Universidade de São Paulo (USP) expulsou, nesta segunda-feira (12), o estudante Braz Cardoso Neto, de 20 anos, do curso de relações internacionais, por fraudar cotas raciais e sociais. Esse é o primeiro julgamento de fraude em cotas da história da USP. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Ao se candidatar a uma vaga por meio do Sisu, o estudante alegou ser pardo, ter ascendência negra e ser de baixa renda. No entanto, não comprovou a declaração. De acordo com os membros do comitê, ainda cabe recurso à decisão e o caso pode parar no Judiciário.

Durante o processo, o jovem enviou à comissão fotos de pessoas negras que alegou serem seus avós, mas não apresentou dados que comprovassem parentesco. Além disso, a ascendência não é critério para inclusão na política de cotas da universidade, na qual pesa o fenótipo (aparência).

O estudante também alegou ter renda familiar de R$ 4 mil para quatro pessoas, sendo três responsáveis pela renda e uma dependente. No entanto, as investigações apontaram que o jovem viajava constantemente, inclusive para fora do país. Segundo oitivas de colegas de turma, ele também usava um carro particular para ir até a universidade.

Em sua defesa, o estudante alegou utilizar transporte público e afirmou que a viagem a Miami, registrada em fotos nas redes sociais, foi um presente à mãe.

De acordo com a comissão, o estudante teve amplo direito a defesa, mas não conseguiu comprovar a renda declarada para ingresso na instituição e não enviou ao comitê as declarações de renda na íntegra. Procurado pela Folha, o estudante disse que não comentaria o caso por orientação do seu pai, que o representa.